Notícia
Banif obtém primeiro lucro semestral desde 2011
O banco liderado por Jorge Tomé registou lucros de 16,1 milhões, sustentados pela melhoria da margem financeira e das comissões líquidas, bem como pela redução de custos e das provisões e imparidades.
O Banco Internacional do Funchal sublinha, em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que o resultado líquido consolidado nos primeiros seis meses de 2015 se situou em 16,1 milhões de euros, contra um prejuízo de 97,7 milhões de euros no período homólogo de 2014.
Desde 2011 que o Banif não reportava lucros no primeiro semestre. A 11 de Maio, quando apresentou as contas do primeiro trimestre, apontou um resultado líquido positivo de 6,5 milhões de euros, contra um prejuízo de 39,7 milhões de euros entre Janeiro e Março de 2014 - desde 2010 que não tinha números verdes neste período.
Os lucros deste primeiro semestre reflectem, segundo o banco, "a melhoria da margem financeira e das comissões líquidas, a redução significativa dos custos de estrutura e das provisões e imparidades e a evolução favorável das unidades operacionais descontinuadas (que incorpora a mais-valia relacionada com a venda da participação na Banif Mais SGPS, S.A. no montante de 49,1 milhões de euros)".
Relativamente à margem financeira, registou uma subida de 25,1% em termos homólogos, para 55,9 milhões de euros, beneficiando essencialmente do menor custo de "funding", sobretudo ao nível dos depósitos, refere o comunicado.
Já no que diz respeito ao nível de comissões líquidas, este registou uma subida de 22,0% em termos homólogos, para 34,9 milhões de euros. "Esta evolução reflecte o enfoque comercial nos segmentos ‘core’, a manutenção da prossecução de uma política de maior assertividade comercial e a amortização das obrigações garantidas pelo Estado", acrescenta o documento.
Por seu lado, os custos operacionais diminuíram 24,5% face ao primeiro semestre de 2014. "De salientar que esta poupança foi obtida de forma transversal ao nível dos custos de estrutura, tendo os custos com pessoal diminuído 22,3%, os gastos gerais e administrativos descido 27,3% e as amortizações do exercício diminuído 29,0%".
O banco liderado por Jorge Tomé salienta igualmente o facto de ter reduzido a imparidade em 62,6%, em termos homólogos, para 54 milhões de euros. "A imparidade foi, ainda assim, penalizada pelo reforço das dotações para activos imobiliários classificados como Activos não Correntes Detidos para Venda", ressalva.
O comunicado refere também que a 30 de Junho de 2015 o rácio de Common Equity Tier 1, calculado de acordo com as regras da CRD IV/CRR (regime transitório) situava-se em 8,4% e o rácio de solvabilidade total em 9,4%, acima dos limites regulamentares.
Ainda não há novidades sobre a venda da posição estatal no Banif, que tinha feito adiar a votação da nova equipa de administração do banco. Mesmo assim, já foi marcada a assembleia-geral que tem esse tema na agenda. Contudo, não há nomes propostos. A lei permite a divulgação de listas mais perto da reunião ou uma nova suspensão.
"Proceder à eleição dos membros do conselho de administração, incluindo a comissão de auditoria, para o triénio 2015-2017", é um dos pontos de votação para a assembleia-geral de accionistas do Banif marcada para 26 de Agosto, conforme indica um comunicado publicado através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A votação de nomes para a mesa da assembleia-geral, a escolha o revisor oficial de contas e a constituição de um conselho estratégico são outros pontos na agenda.
Até esta sexta-feira, 7 de Agosto, ainda não há novidades sobre as negociações para a venda da posição do Estado. Em Maio, o banco admitiu ter recebido manifestações de interesse, sendo que o Negócios noticiou que havia investidores chineses na corrida.
(notícia actualizada às 22h50)