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Bancos europeus venderam 80 mil milhões de euros de imobiliário

O volume de vendas das carteiras de crédito malparado e imóveis hipotecados da banca europeia atingiu um recorde em 2014, segundo os dados da Cushman & Wakefield. EUA são os principais compradores, Irlanda é a principal vendedora.

Reuters
Negócios 27 de Janeiro de 2015 às 13:00
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Os bancos europeus venderam um valor recorde de 80,6 mil milhões de euros de carteiras de crédito malparado no imobiliário e propriedades cujas hipotecas foram executadas por incumprimento, em 2014, calcula a corretora Cushman & Wakefield Inc.

 

De acordo com a corretora, citada pela Bloomberg, o aumento das vendas destas carteiras, em 2014 – 26 mil milhões de euros acima da soma dos dois anos anteriores – deve-se ao interesse de fundos de investimento norte-americanos em activos europeus. Os investidores norte-americanos compraram 77% do valor nominal do capital vendido, com destaque para os fundos de investimento Cerberus, que comprou 22% do total (17,7 mil milhões), e Lone Star Funds (16,1 mil milhões de euros).

 

O banco irlandês Anglo Irish Bank Corp. – nacionalizado em 2009 - e a Agência Nacional para Gestão de Activos – o "banco mau" da Irlanda – venderam 18,7 mil milhões de euros e 10,1 mil milhões de euros em activos imobiliários, respectivamente, afirma a Cushman & Wakefield. O terceiro maior vendedor foi o escocês Royal Bank of Scotland Plc. (9,6 mil milhões de euros).

 

O volume de vendas registadas "realça a extensão dos activos problemáticos com que os bancos europeus têm tido que lidar desde o ‘crash’", afirma Frederico Montero, director de vendas de empréstimos europeus da Cushman & Wakefield’s. Segundo Montero, o volume de vendas ilustra também a grande existência de investidores norte-americanos sedentos de oportunidades na Europa.

 

A corretora prevê que, actualmente, os bancos e gestores de activos europeus estão a vender 21,7 mil milhões de euros em activos imobiliários. Este ano, as vendas podem atingir os 60 a 70 mil milhões euros, segundo as estimativas da Cushman & Wakefield’s. Os analistas prevêem um aumento de oportunidades para os bancos da Europa do Sul e de Leste este ano, nomeadamente em Itália, onde o aumento dos preços permitirá vendas com maiores lucros. 

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