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Banca vê "contributo significativo" dos juros do BCE na redução da rendibilidade

O Banco Central Europeu cortou as taxas em setembro e é esperado que o volte a fazer esta quinta-feira. O setor financeiro português indica que terá um impacto negativo na margem financeira.

Francisco Barbeira (administrador do BPI), Luís Ribeiro (administrador do Novo Banco), Miguel Maya (CEO do BCP), Paulo Macedo (CEO da CGD) e Pedro Castro e Almeida (CEO do Santander).
Duarte Roriz
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A banca portuguesa antecipa menor rentabilidade como resultado dos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). O aviso sobre o impacto das políticas da autoridade monetária - que nos últimos anos impulsionou os lucros do setor por via da margem financeira - é feito no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, conduzido trimestralmente pelo Banco de Portugal e que foi publicado esta terça-feira. 

Se nos últimos seis meses, o setor assistiu a um "ligeiro contributo para o aumento da rendibilidade global dos bancos, por via da margem financeira, decorrente de um efeito preço positivo", para os próximos seis meses o cenário é diferente. O grupo antecipa um "contributo significativo para a redução da rendibilidade global dos bancos, por via da margem financeira, decorrente sobretudo de um efeito preço negativo e, em muito menor grau, de um efeito volume negativo".

Depois de ter decidido cortar taxas de juro em 50 pontos base em setembro, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sinalizou que não haveria novos cortes até dezembro. Aliás, os mercados apontavam na altura como pouco provável um corte na reunião de outubro (esta quinta-feira). Contudo, desde então, vários governadores - incluindo o português Mário Centeno - tornaram público o apoio a uma nova redução e é este o cenário esperado por analistas e investidores. 

Banca espera maior procura de crédito por PME

O questionário do Banco de Portugal foi enviado aos bancos no dia 9 de setembro de 2024 e o envio de respostas ocorreu até ao dia 20 setembro. Do lado da oferta de crédito, os critérios de concessão mantiveram-se "praticamente sem alterações" no segmento das empresas e dos particulares para aquisição de habitação e para consumo e outros fins.

Houve uma "ligeira diminuição" na taxa de juro praticada e no "spread" aplicado nos empréstimos de risco médio concedidos a pequenas e médias empresas (PME) devido à concorrência de outras instituições bancárias, mas condições "ligeiramente mais restritivas" no que respeita à maturidade nos empréstimos para aquisição de habitação. Termos e condições praticamente sem alterações nos empréstimos ao consumo e outros fins.

A expectativa para o quarto trimestre do ano é que os critérios de concessão se continuem praticamente inalterados, tanto no crédito a empresas como a particulares. Já do lado da procura, esperam um aumento por parte das empresas, sobretudo por PME e por empréstimos de longo prazo. Nos particulares, antecipam um ligeiro aumento da procura no segmento da habitação e praticamente sem alterações no segmento do consumo e outros fins.

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