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Moody’s: Sucesso da OPA seria positivo para o BPI
A agência considera que se a OPA se concretizar, isso seria positivo para o BPI. Mas teria efeitos negativos no CaixaBank.
Os analistas da Moody’s defendem que se a Ofetra Pública de Aquisição lançada pelo CaixaBank sobre o BPI tiver sucesso, isso será benéfico para a dívida do banco liderado por Fernando Ulrich. A agência colocou o "rating" do BPI sob revisão sem direcção definida. Eventuais subidas ou descidas da notação estão dependentes do desfecho da OPA.
A Moody’s explica que a decisão de colocar o "rating" do BPI sob revisão "indica as diferentes pressões que estão dependentes do desfecho da oferta do CaixaBank". Explica que "os credores seniores do BPI podem beneficiar do apoio do CaixaBank após um desfecho bem-sucedido da oferta o que ajudaria a mitigar os riscos emergentes do perfil de crédito individual do banco, que permanece em revisão para descida". Já se a OPA falhar, a Moody’s considera que "os credores seniores do BPI podem ser negativamente impactados pelas pressões do perfil financeiro do banco".
A agência dá vários tipos de notação ao mesmo banco. O "rating" da dívida sénior inclui uma análise não só à solidez da entidade, mas também à probabilidade de, em caso de necessidade, esse banco ter apoio externo. A Moody’s tem um "rating" de Ba3 para o BPI, um nível visto como "lixo" pelos investidores. Já a notação do perfil de crédito individual é mais baixa, de B1. E a agência admite baixar ainda mais este "rating" por causa "da falta de solução para a exposição a Angola".
Já o CaixaBank tem um "rating" mais elevado que o do BPI. A Moody’s classifica a dívida sénior do banco catalão com Baa2, dois níveis acima do patamar de "lixo". No entanto, os analistas alertam que o esforço financeiro na compra do BPI pode ter impacto negativo na classificação, tendo cortado a perspectiva para negativa. "O negócio pode ter impacto negativo na solvência e no perfil de risco de crédito" do CaixaBank.