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Trabalhadores da Autoeuropa aguardam destino antes da paragem
Nas vésperas da paragem forçada da Autoeuropa arrancam as reuniões para discutir os termos do lay-off. Trabalhadores e empresa voltam a sentar-se à mesa das negociações após primeiro encontro sem acordo.
É uma semana cheia de reuniões para discutir a situação dos milhares de trabalhadores não só da Autoeuropa, mas também do universo de empresas que giram à sua volta durante a anunciada paragem forçada, ao longo de nove semanas, daquela que é a maior fábrica de produção de veículos de Portugal. A primeira reunião entre a administração da empresa e a Comissão de Trabalhadores (CT) para debater as condições financeiras do lay-off teve lugar esta segunda-feira, mas prossegue na terça, depois de “nada ter ficado acertado”. “Ainda não chegámos a um entendimento. A reunião continua amanhã [hoje]”, adiantou o coordenador da CT da Autoeuropa ao Negócios.
A suspensão da produção na fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, não afeta apenas os 5.000 trabalhadores, dado que é de esperar que o impacto alastre a pelo menos outros tantos milhares que se encontram ao serviço das empresas do parque industrial da Autoeuropa. À TSF, o coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, Daniel Bernardino, afirmou, aliás, na sexta-feira, que o lay-off pode chegar a cerca de “seis a sete mil pessoas”, mas que informações mais concretas só deveriam ser conhecidas esta quarta-feira. “No dia 6, vamos reunir todas as empresas do parque industrial e vamos fazer o levantamento de todas as situações de cada empresa”, adiantou à mesma emissora.
CIP pede soluções; Governo diz que está à procura
O impacto da paragem de produção da Autoeuropa, de 11 de setembro a 12 de novembro, tem suscitado “preocupação”, designadamente por parte da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que apelou ao Governo para que acompanhe a situação de perto, “procurando as soluções que melhor protejam a empresa e toda a atividade económica na região de Setúbal”. Em comunicado, esta segunda-feira, a organização liderada por Armindo Monteiro, defendeu ainda como “igualmente importante que sejam agilizados os procedimentos administrativos que a Autoeuropa terá de desencadear para gerir esta paragem forçada dos trabalhadores com o mínimo de impactos possíveis”.
O Ministério da Economia adiantou, entretanto, à Lusa que tem mantido contactos com a administração da Autoeuropa precisamente para “encontrar soluções” após a interrupção na produção, e que está a identificar os fornecedores nacionais para “minimizar os riscos de paragem da fábrica”, que se deve às dificuldades de um fornecedor esloveno de peças “essenciais à construção de motores” que foi “severamente afetado” por fortes cheias, no início de agosto.
Coordenador da CT da Autoeuropa