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Lucros da Ford recuam e prevê-se que voltem a cair
A contabilização da reavaliação dos planos de pensões da fabricante automóvel ditou uma perda de três mil milhões de dólares no terceiro trimestre. Excluindo itens extraordinários, os resultados caíram, tal como o previsto. E para este ano a Ford espera nova redução de lucros.
A Ford revelou que terminou o quarto trimestre do ano com um prejuízo de 783 milhões de dólares (730 milhões de euros), ou 20 cêntimos por acção. Este prejuízo é justificado pela revisão da avaliação dos planos de pensões da fabricante automóvel, que teve um impacto negativo de três mil milhões de dólares nas contas do trimestre, revelou esta quinta-feira, 26 de Janeiro, a empresa em comunicado, citado pela Reuters.
Excluindo os itens extraordinários, a Ford registou um resultado de 30 cêntimos por acção, o que fica em linha com as estimativas dos analistas.
Os resultados do acumulado do ano, antes de impostos, situaram-se nos 10,4 mil milhões de dólares, "ligeiramente abaixo de há um ano", salientou a empresa, citada pela Business Insider.
Já as receitas do trimestre ascenderam a 38,7 mil milhões de dólares, superando as estimativas, acrescenta a Business Insider.
"A solidez dos nossos resultados anuais foi realmente encorajadora", afirmou, citado em comunicado, o CFO da fabricante automóvel, Bob Shanks.
A América do Norte foi a região que mais enfraqueceu as receitas da Ford em 2016, devido essencialmente ao abrandamento observado no mercado americano.
A fabricante automóvel adiantou ainda que o desempenho dos resultados de 2017 será inferior ao observado no ano passado. "Consistente com as orientações anteriores, a previsão da empresa para 2017 é de [resultados] inferiores aos de 2016, devido a investimentos", acrescenta a empresa.
Quanto às políticas económicas da administração Trump e ao seu impacto mo sector, Bob Shanks disse preferir esperar por ideias específicas para ter uma noção do seu impacto. "Estamos atentos", disse, citado pela Reuters.
Recorde-se que Donald Trump teceu duras críticas e ameaças à indústria automóvel devido aos investimentos no México em detrimento dos EUA. Isso levou mesmo a que várias fabricantes recuassem nos seus planos de investimento. A Ford foi a primeira a anunciar a suspensão da construção de uma nova fábrica no México, que representava um investimento de 1,6 mil milhões de dólares.
Em alternativa, a Ford vai investir 700 milhões de dólares para expandir a capacidade da fábrica que tem em Flat Rock, no Michigan. Serão criados 700 postos de trabalho na unidade norte-americana, onde serão desenvolvidos automóveis autónomos e eléctricos.