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Invasão da Ucrânia ameaça setor dos veículos elétricos

A guerra na Ucrânia fez disparar as cotações das matérias-primas essenciais para a produção de veículos elétricos, ameaçando que o preço deste tipo de automóveis pago pelo consumidor final escale nos próximos meses.

Um em cada quatro automóveis de passageiros registados em setembro era 100% elétrico ou híbrido plug-in.
Toms Kalkins/EPA
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O disparo dos preços das matérias-primas ameaça o crescimento do segmento dos veículos elétricos.

Assente na previsão de que os preços das baterias serão cada vez mais acessíveis para os consumidores, a indústria automóvel apostou milhares de milhões de euros na investigação e produção de veículos elétricos, um prognóstico que se verificou entre 2011 e 2021, quando o custo de uma bateria passou dos mil dólares por quilowatt/hora (KWh)  para 130 dólares KWh, mas que agora, com a guerra na Ucrânia a fazer escalar os preços das "commodities", parece deixar de fazer sentido, noticia o Financial Times.

 

Os preços do níquel, lítio e cobalto, as matérias-primas essenciais para a produção de baterias, têm vindo a aumentar devido à disrupção da procura a nível global, no entanto a invasão russa à Ucrânia agravou de forma expressiva este cenário, já que, por exemplo, a Rússia é responsável por 11% do níquel produzido em todo o mundo.

 

O preço destes três metais industriais, indispensáveis para o funcionamento de uma bateria de 60KWh, responsável por alimentar um veículo familiar, aumentou de 1.395 dólares há um ano para 7.400 dólares no início de março, de acordo com as contas do grupo de fabricação de baterias, Farasis Energy, citado pelo Financial Times.

 

"Neste momento, os preços das matérias-primas são um fardo pesado, tendo em conta a nossa meta de reduzir os custos de produção das baterias ", lamentou, em entrevista ao diário britânico, o diretor financeiro da Audi, Jürgen Rittersberger, cuja marca prometeu lançar apenas  carros elétricos a partir de 2026.

 

Por sua vez, Arno Antlitz, responsável pelas finanças da Volkswagen, sublinhou que "temos que ter em mente que precisamos de materiais específicos para baterias, mas também precisamos, por exemplo, de paládio e platina para produzir os nossos carros [movidos a combustão], pelo que esperamos que o custo de ambos os carros aumente".

 

Já o responsável pelo departamento sustentabilidade da BMW, Thomas Becker, afirmou que para já a empresa não está preocupada. "Temos contratos de fornecimento de longo prazo com todos os fornecedores de baterias. Então eu não diria que houve qualquer efeito iminente na estrutura de abastecimento", acrescentou Becker.

 

Até ao final de fevereiro deste ano, foram vendidos mais de 1,1 milhões de veículos elétricos, um aumento de quase 90% em termos homólogos, de acordo com os dados disponibilizados pela Bernstein e citados pelo Financial Times.

 

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