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Família Porsche tenta retomar controlo da marca através de IPO

As novas ações da Porsche entram em bolsa a 29 de setembro. As ações preferenciais começam a ser vendidas esta terça-feira. A empresa mãe, Volkswagen, deverá conseguir cerca de 9,4 mil milhões de euros, mas o objetivo último é a retoma do controlo pela família fundadora.

Porsche Taycan turbo S electric
EPA / Reuters
19 de Setembro de 2022 às 10:23
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Numa altura em que a Europa enfrenta uma crise energética, o aumento das taxas de juro e uma inflação recorde, a Volkswagen decidiu avançar com o projeto de colocar as suas ações da Porsche em bolsa. A empresa está à procura de conseguir cerca de 9,4 mil milhões de euros com a oferta pública inicial (IPO), naquela que pode ser a maior entrada de capital em bolsa na Europa em mais de uma década.

A fabricante de carros alemã revelou este domingo que está à procura de uma avaliação em bolsa de 70 a 75 mil milhões de euros, tendo o objetivo sido colocado nos 85 mil milhões de euros a longo prazo.

Para já, fundos como a Qatar Investment Authority, o fundo soberano da Noruega, T. Rowe Price e ADQ, deverão subscrever ações preferenciais no valor de 3,7 mil milhões de euros, indicou a Volkswagen à Bloomberg. O período de oferta inicial deverá começar esta terça-feira e a negociação nove dias depois, a 29 de setembro.

Um dos objetivos deste IPO é de devolver algum poder de decisão à família Porsche-Piech que perdeu a liderança e o controlo da marca há mais de uma década, depois de prolongadas negociações com a Volkswagen, o que inclusive tem levantado questões de governança - dada a complexidade do IPO da marca e dimensão da própria VW. A família austríaco-alemã detém atualmente 53% das ações de voto da Volkswagen, através da Porsche.

Os investidores vão poder comprar cerca de 25% das ações da fabricante de carros de luxo, sem direitos de voto. A família fundadora da marca deverá comprar 25% e mais uma ação com direitos de voto sobre a Porsche. Deste modo consegue salvaguardar o direito de bloqueio de decisões propostas pelo acionista maioritário, tais como propostas de venda. Os descendentes de Ferdinand Porsche deverão assim conseguir ter uma posição mais ativa em futuras decisões.

A família concordou ainda em pagar um prémio de 7,5% sobre as ações preferenciais e a aquisição deverá ser financiada com um misto de emissão de dívida no valor de 7,9 mil milhões de euros, bem como um dividendo especial pago pela Volkswagen. Ainda assim, as questões sobre a independência da Porsche que a família procura continuam de pé, uma vez que Oliver Blume, CEO da Porsche desde 2015, assumiu também as rédeas do grupo Volkswagen no início deste mês, acumulando as duas funções.

Os ganhos da colocação da Porsche em bolsa deverão ajudar a Volkswagen no investimento em carros elétricos e software, esclarece ainda a empresa alemã.

Notícia atualizada às 10:45h
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