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Bruxelas foi alertada para escândalo das emissões em 2013

Documentos internos da Comissão Europeia, revelados pelo Financial Times, mostram que o então comissário europeu para o Ambiente, Janez Potocnik, alertou os seus colegas para as práticas das fabricantes automóveis em 2013.

Bloomberg
26 de Outubro de 2015 às 11:57
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A Comissão Europeia sabia, desde 2013, que as fabricantes automóveis poderiam estar a manipular os testes de emissões poluentes, tendo ignorado os alertas, avança o Financial Times.

 

De acordo com a publicação, que cita documentos da Comissão Europeia, Janez Potocnik, antigo comissário europeu do Ambiente, alertou os seus colegas para o facto de as fabricantes estarem a falsear os testes europeus, dois anos antes de o escândalo ser publicamente denunciado.

 

Apesar dos avisos de Janez Potocnik, Bruxelas não tomou medidas para evitar essas práticas, mantendo em vigor – até 2017 - um plano que permitiu à Volkswagen aproveitar as lacunas dos testes de emissões.

 

Os documentos obtidos pelo Financial Times mostram que a manipulação dos testes era conhecida e debatida, nas mais altas esferas da União Europeia.

 

Numa carta dirigida a Antonio Tajani, antigo comissário para a indústria, em Fevereiro de 2013, Potocnik referia que ministros de vários países da União Europeia acreditavam que as "discrepâncias significativas" entre o desempenho dos automóveis em estrada e nos testes era o "principal motivo" para os padrões de qualidade do ar não estarem a cair para os níveis exigidos pela legislação europeia.

 

"Há preocupações generalizadas de que o desempenho [dos carros] tenha sido firmemente adaptado ao cumprimento do ciclo de testes, desconsiderando o aumento dramático das emissões fora desse âmbito restrito", escreveu Potocnik. Os automóveis têm de cumprir os limites de emissões estabelecidos pela União Europeia "em condições normais de condução", acrescentou o responsável.   

 

O então comissário do Ambiente pediu a Tajani que propusesse novas medidas, como a retirada de aprovações de emissões, e a imposição de "medidas de correcção" às fabricantes.  

 

Segundo o Financial Times, as preocupações estavam centradas em técnicas legais utilizadas pelas fabricantes para melhorar os seus resultados, e não a possibilidade de as empresas estarem a utilizar um software fraudulento, como a Volkswagen admitiu ter feito.

 

Em causa estavam as discrepâncias entre as emissões de óxido de azoto (NOx) registadas em testes de laboratório e os níveis muito mais elevados detectados nos testes em estrada. 

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