Notícia
A história da Rolls-Royce que atingiu um recorde de vendas aos 115 anos
A Rolls-Royce bateu o recorde de vendas em 2018, no ano em que “apagou” 115 velas. A marca que é sinónimo de luxo e poder vendeu 4.107 automóveis no ano passado a clientes em mais de 50 países. A última vez que um veículo da marca foi vendido em Portugal foi em 2006.
A Rolls-Royce celebrou da melhor forma o seu 115º aniversário. A icónica marca associada ao luxo e poder fixou um novo recorde de vendas: 4.107 automóveis entregues a clientes espalhados por mais de meia centena de países, indicou a marca em comunicado.
Face ao ano anterior, as vendas aumentaram 22,1%, o que se traduziu em mais 745 veículos vendidos, com os EUA a manterem-se como o principal mercado para a marca de luxo, sendo responsável por 30% das vendas, enquanto a China vai ganhando peso.
O CEO da Rolls-Royce, Torsten Müller-Ötvös, considerou que "2018 foi um ano de grande sucesso e de recorde. Crescemos em todas as regiões". Citado em comunicado da marca, o responsável disse ainda estar "confiante que 2019 será um ano de ainda maior sucesso".
MAIS DE UM SÉCULO DE HISTÓRIA
Homem rico, homem pobre
A história da Rolls-Royce começa a escrever-se em 1903, mas a união entre Charles Stewart Rolls e Henry Royce surgiu no ano seguinte.
Os fundadores da icónica marca dificilmente poderiam ter origens mais distintas. Charles Rolls, nascido em 1877, provinha de uma família nobre inglesa e frequentou a prestigiada escola de Eton e licenciou-se em engenharia na Universidade de Cambridge.
Rolls viria a criar um dos primeiros concessionários automóveis do Reino Unido, importando e vendendo automóveis Peugeot e Minerva.
Já Henry Royce, nascido em 1863, trabalhou ainda criança a vender jornais e a entregar telegramas. Aos 14 anos, Henry foi estagiar para uma companhia ferroviária como aprendiz de um dos engenheiros mais notáveis da época.
No final de 1903, Royce construiu o seu primeiro motor a gasolina e, em abril de 1904, conduziu o primeiro automóvel Royce, com 10 cavalos de potência.
Foi então que Henry Edmunds, acionista na empresa de Royce e amigo de Charles Rolls, organizou um encontro entre Royce e Rolls. Após testar o automóvel fabricado por Royce, Rolls propôs criar uma empresa para vender os veículos. O nome? Rolls-Royce.
O hífen em Rolls-Royce
Mas há outro nome marcante na história inicial da Rolls-Royce: Claude Johnson. Antigo sócio de Rolls, Johnson foi responsável pela publicidade e construiu uma imagem de fiabilidade da marca, associada a um motor silencioso e com um excelente desempenho.
Segundo o site oficial da marca, a importância de Claude Johnson para o crescimento da Rolls-Royce foi de tal modo reconhecida que este era referido como sendo o hífen no nome da marca.
Recordes, aviões, realeza e mudança de donos
Em 1907, o modelo Silver Ghost foi considerado o melhor automóvel do mundo.
Nos anos 20 do século passado, a Rolls-Royce entrou no mundo da aeronáutica. Os motores criados pela empresa viriam a equipar aviões como o Spitfire e Hurricane.
Na década seguinte, a Rolls-Royce consolidou-se e conseguiu vários recordes de velocidade. Em 1938, o Thunderbolt, equipado com dois motores Rolls-Royce para aviões, fixou o recorde mundial em 575,3 quilómetros por hora.
Nos anos 50, a marca fundada por Charles Rolls e Henry Royce tornou-se a preferida da família real britânica, que até então favorecia a alemã Daimler. A então princesa Isabel recebeu o primeiro Phantom IV, em 1950. Este modelo, concebido apenas para casas reais e chefes de Estado é um dos Rolls-Royce mais raros do mundo, tendo sido produzidas apenas 18 unidades.
A década de 60 viu a marca ganhar um novo público, tornando-se um dos modelos mais populares entre estrelas de cinema, ídolos do rock e celebridades.
A empresa de defesa Vickers comprou a Rolls-Royce Motors em 1980, produzindo os automóveis da Rolls-Royce e da Bentley. A empresa entrou na Bolsa de Londres em 1985.
Nos anos 90, o Grupo BMW comprou os direitos de produção dos veículos da Rolls-Royce.
A verdade é que, mais de cem anos após ter nascido, a Rolls-Royce continua a ser uma das marcas mais luxuosas do mundo. E nem a subida das vendas, para mais de quatro mil unidades no ano passado, tornam os "Rolls" um automóvel comum.