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Produção de vinho caiu menos do que o esperado

As baixas expectativas em Agosto e a chuva durante a vindima apontavam para cenário mais desfavorável. A quebra de 0,8% é mais ligeira do que nos concorrentes Espanha e Itália e permite "dar resposta à procura" externa.

04 de Dezembro de 2014 às 16:13
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Os vitivinicultores portugueses produziram um total de 6,2 milhões de hectolitros de vinho em 2014, o que representa uma ligeira quebra de 0,8% face à campanha anterior. Os maiores problemas durante o período de floração afectaram sobretudo o Norte e Centro do País, onde a produção caiu 10%, mas que acabaram por ser quase compensados pelo crescimento nas regiões do Alentejo (9%), Tejo (17%) e na Península de Setúbal (22%).

 

Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que disponibilizou estes dados oficiais, as excepções a este cenário aconteceram em Trás-os-Montes, onde a produção aumentou 12%, e a quebra de 12% registada no Algarve. As reduções "mais relevantes", pelo volume em causa, aconteceram no Minho (-14%), e no Douro (-8%).

 

O presidente do IVV, Frederico Falcão, assinalou que esta diminuição total de 0,8% é "pouco significativa e vai contribuir para [manter] o equilíbrio nos stocks e dar resposta à procura internacional". Até Setembro, a exportação de vinhos engarrafados aumentou 5% face ao mesmo período do ano passado. Em 2013, as exportações do sector aumentaram 2,4%, ascendendo a 725 milhões de euros.

 

Portugal é o 12.º maior produtor e o nono maior exportador a nível mundial, vendendo no exterior perto de 60% da produção, em valor. Os receios quanto a uma evolução mais negativa no volume de produção advieram das expectativas transmitidas pelas diferentes regiões produtoras antes da colheita. E foram acentuados pelas condições climatéricas durante a vindima, em que ocorreram chuvas fortes.

 

Os números em Portugal são, ainda assim, bem melhores do que as estimativas comunicadas a Bruxelas pelos países europeus concorrentes na produção de vinhos. Em Espanha, a quebra na produção deverá ascender a 18% e em Itália a 15%. A posição concorrencial portuguesa poderá sair fortalecida face aos concorrentes do chamado "Novo Mundo" (Argentina, Chile, Estados Unidos Austrália ou Nova Zelândia), já que a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) já reportou uma estimativa de quebra mundial a rondar os 6%.

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