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Família Symington soma quintas no Douro e renova energias em Gaia com a Greenvolt
O maior dono de quintas na mais antiga região demarcada do mundo, e que detém marcas de vinho do Porto como Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s, celebrou acordo com a Greenvolt para a criação de uma comunidade de energia na cidade onde está sediada há mais de 140 anos.
A Symington Family Estates é a única família vinícola de Portugal que faz parte da Primum Familiae Vini (PFV), associação que detém apenas 12 sócios, o número de garrafas de uma caixa, reunindo a dúzia de famílias de prestígio do mundo do vinho, que conta também com participantes de França (6), Itália (2), Espanha (2) e Alemanha (1).
De ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, desde 1882 que a família Symington produz vinho do Porto e DOC Douro, sendo o maior proprietário de quintas da região – tem 26, abrangendo um total de 2.255 hectares, dos quais 1.024 plantados com vinha.
A restante área (mais de 1.200 hectares) é essencialmente vegetação natural mediterrânica com alguns olivais e pomares de citrinos.
Detentor de casas de Porto como a Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s, e vários projetos no Douro (Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano, Prats & Symington – Chryseia), a Symington Family Estates também quer assumir papel de liderança na sustentabilidade e inovação no setor.
Nesse sentido, acaba de celebrar acordo com o grupo Greenvolt para a criação de uma comunidade de energia em Vila Nova de Gaia, onde mantém a sua sede.
"Com o sistema desenvolvido pela Greenvolt Comunidades, assente na solução de gestão e partilha de energia, a produção fotovoltaica irá alimentar três diferentes localizações detidas igualmente pela Symington, no centro histórico de Vila Nova de Gaia", anunciam, em comunicado conjunto.
A Symington detém duas unidades de produção de autoconsumo (UPAC), localizadas na Quinta do Marco e na Quinta de Santo António, situadas também em Vila Nova de Gaia.
"A potência conjugada de ambas as UPAC é de 377,8 kWh, assegurando uma produção anual de 440 MWh. Da energia produzida anualmente, o autoconsumo representa apenas 318 MWh, criando a oportunidade para otimizar os restantes 122 MWh/ano produzidos", pelo que a comunidade de energia criada "irá assim permitir o aproveitamento da energia produzida nas duas UPAC para partilha de energia com outras três localizações da Symington, sem necessidade de realizar novos investimentos ou instalar painéis solares numa zona sensível, patrimonialmente", realçam.
"Para nós a transição energética é essencial para concretizar a nossa missão, razão pela qual investimos na produção de energia verde para autoconsumo. A parceria que agora estabelecemos permite-nos, sem necessidade de qualquer infraestrutura adicional, otimizar a capacidade de produção que já temos instalada e usá-la em outras localizações do grupo", afirma Rupert Symington, CEO da Symington Family Estates.
Já João Manso Neto, CEO do grupo Greenvolt, sublinha que "as energias renováveis devem ser implementadas com rigor e alinhadas com os valores e normas ambientais, garantindo eficiência e um impacto sustentável", considerando que "a descentralização é essencial neste processo, especialmente através de comunidades de energia, que permitem às empresas, como a Symington, otimizar infraestruturas já existentes, tornando-as mais eficientes e gerando benefícios significativos para o ambiente, o património e para o seu negócio", conclui o gestor.
Para José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades, "a Symington, com mais de 140 anos de história, é um exemplo claro de como tradição e inovação podem caminhar de braços dados".
"Ao apostarem nas comunidades de energia, a Symington assume a responsabilidade de ajudar a salvaguardar o futuro do setor e do ambiente, garantindo um legado sustentável para as próximas gerações. Esta visão inspiradora revela o compromisso com um futuro mais justo e sustentável para todos", remata José Queirós de Almeida.
A atuar no mercado desde abril de 2022, a Greenvolt Comunidades afiança que tem mais de 60 MWp instalados, correspondendo a mais de 160 projetos, "sendo que mais de 30 já se encontram em funcionamento", refere a empresa do grupo que é agora controlado pelo fundo norte-americano KKR.