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Enoturismo vai fermentar vendas de vinho em 50% à porta das quintas

Estudos preveem que o turismo será o principal motor do crescimento do setor do vinho em Portugal, com as vendas à porta das instalações a aumentarem de valor entre 30% a 50% nos próximos cinco anos.

MATOS ALVES
06 de Março de 2019 às 17:25
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Nos próximos cinco anos, as vendas à porta das quintas e adegas deverão aumentar entre 30% e 50%, em todos os mercados, incluindo Portugal, indicam estudos citados pela AESE Business School, escola de negócios que vai promover no dia 12 de março, em Lisboa, um seminário sobre "Enoturismo: Como Crescer e Competir?"

 

"Esta subida dará às empresas do setor uma margem adicional significativa, para além de qualificar a imagem das respetivas marcas, o que é considerado ‘muito relevante’ por 96% dos produtores portugueses", revela a AESE, em comunicado.

 

Estes são dados recolhidos pelo Projeto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho, uma parceria da AESE e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para a realização de estudos e eventos sobre a economia do vinho em contexto académico, e que tem como objetivo estimular as exportações de vinho português, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas nacionais no mercado global.

 

"O enoturismo posiciona-se como uma vertente importante da atividade da indústria do vinho e contribui para criar valor através de três pilares complementares: a afirmação de uma oferta turística diferenciada, o reforço da geração de valor no setor da vinha e do vinho e o fortalecimento de um motor de desenvolvimento económico e de ordenamento do território", afirma Ramalho Fontes, presidente da AESE e um dos mentores do Projeto CV3.

 

Segundo a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, no ano passado vieram a Portugal 2,5 milhões de turistas atraídos por enoturismo (face a 2,2 milhões em 2016), sendo que "80% dos que nos visitam afirmaram que a nossa gastronomia e os nossos vinhos os farão voltar".

 

Conclui a AESE que, se Portugal acompanhar a evolução verificada noutras regiões do mundo, é previsível que nos próximos anos os turistas enófilos aumentem os seus consumos nos enoturismos portugueses em cerca de 20%.

 

No âmbito do Projeto CV3, os agentes do mercado português vão poder ouvir no seminário de 12 de março os diagnósticos mais atuais das regiões de Bordéus, na Europa, e de Nappa Valley, nos Estados Unidos.

 

A francesa Catherine Dayot, diretora executiva da Great Wine Capitals Global Network, e Clay Gregory, da Califórnia, são dois dos oradores que vão contar aos empresários portugueses como as empresas europeias e americanas se prepararam para vender aos enoturistas.

 

"Iremos trazer também especialistas de outras áreas deste ‘cluster’, como a logística, que será fundamental para transportar para casa dos turistas estrangeiros as garrafas de vinho que eles comparem em cada quinta", adianta Ramalho Fontes.

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