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Resultado líquido da Companhia das Lezírias cresce 54% em 2014
A Companhia das Lezírias teve, em 2014, um resultado líquido de 1,026 milhões de euros, um crescimento de 54% em relação ao ano anterior, segundo as contas aprovadas na terça-feira pela Assembleia Geral da empresa.
Totalmente detida por capitais públicos, a Companhia das Lezírias (CL) é a maior exploração agroflorestal do país, com uma área aproximada de 18.000 hectares. Possui uma área florestal certificada, produz arroz, vinho, azeite e milho, entre outras culturas, e dedica-se à criação de bovinos e de cavalos Puro-Sangue Lusitano, tendo ainda uma vertente de turismo de natureza.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a CL afirma que, em 2014, as vendas e serviços prestados cresceram 11% em relação a 2013, atingindo os 5,4 milhões de euros, 5,2% acima do orçamentado.
"Os maiores crescimentos deveram-se à venda de produtos florestais, de cavalos, de vinhos e azeite, e de produtos agrícolas como o milho", afirma a nota, adiantando que os vinhos e azeites lideraram as vendas (1,3 milhões de euros) no segundo ano consecutivo de crescimento.
A actividade florestal e a pecuária foram as que registaram maiores subidas na melhoria de resultados que ocorreu na generalidade dos sectores de actividade da CL, adianta.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 552.000 euros, uma subida de 29%, que "teria sido de 35% em base comparável (sem considerar a Coudelaria de Alter)".
A nota lembra que 2014 foi o primeiro ano de plena integração da Coudelaria de Alter na Companhia das Lezírias (processo realizado em agosto de 2013), tendo sido "executados investimentos para uma melhor operacionalidade".
Para António Saraiva, presidente do Conselho de Administração da CL, as contas de 2014 demonstram "um percurso de consolidação dos resultados iniciado em 2012", sublinhando que, ao aumento das quantidades vendidas, se associou "um crescimento das receitas por via de uma cuidada gestão dos preços de venda".
O presidente da CL destacou os investimentos realizados na Coudelaria de Alter "para tornar mais eficiente a sua gestão" e em actividades que visam a "promoção e preservação do importante património genético ali existente".
Estes investimentos (da ordem dos 93.000 euros) e melhorias (38.000 euros) inserem-se no esforço de ir respondendo às necessidades de uma estrutura que estava muito degradada e que a CL quer ir recuperando faseadamente, com prudência quanto ao impacto nas contas, disse fonte da CL à Lusa.
Os terrenos da CL situam-se na lezíria de Vila Franca de Xira (6.300 hectares), no distrito de Lisboa, e na charneca do Infantado (11.700 hectares), no distrito de Santarém, sendo uma parte arrendada a outros agricultores num total de aproximadamente 5.600 hectares.
A Coudelaria de Alter, fundada em 1748 por D. João V, situa-se na vila de Alter do Chão, no distrito de Portalegre, e é "um dos berços do cavalo Puro-Sangue Lusitano, através da criação da linhagem Alter Real", sendo aí criados os cavalos montados pela Escola Portuguesa de Arte Equestre. A Coudelaria cria também cavalos Puro-Sangue Lusitano e Sorraia, de ferro Coudelaria Nacional (CN), adianta a nota.