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Dez anos depois, antigo presidente da Pescanova vai passar seis anos na prisão
Sousa-Faro foi dado com culpado dos crimes de falsificação de contas e desvio de património. Antigo líder da empresa sediada na Galiza, Espanha, vai ter que indemnizar os investidores da antiga Pescanova.
Manuel Fernández de Sousa-Faro, antigo presidente da Pescanova, foi condenado a seis de prisão pelos crimes de falsificação dos resultados anuais e de informação económica, bem como pelo crime de desvio de património.
Assim se encerra a história de uma das mais mediáticas insolvências de sempre em Espanha. A 28 de fevereiro fará 10 anos que multinacional nascida na Galiza entrou em incumprimento, com dívidas superiores a 3,5 mil milhões de euros, montante que lhe deu o estatuto de maior falência não imobiliária da história de Espanha.
O tribunal decidiu ainda que, solidariamente com a empresa Pescanova, Sousa-Faro deverá indemnizar os investidores lesados, tanto empresas como pessoas singulares, em mais de 125 milhões de euros.
De acordo com a edição online do jornal Faro de Vigo "o acórdão do Tribunal Supremo absolve, porém, o auditor externo da Pescanova, bem como a empresa de auditoria e, em matéria de responsabilidade civil, a seguradora desta, por considerar provada e descrita a deliberação recorrida pela primeira, descuidada ou desatenção, mas não o comportamento malicioso que é exigido em relação aos crimes pelos quais foi condenado na instância".
A empresa acabou por escapar ao desaparecimento e tem agora uma segunda vida.
A Nueva Pescanova, que nasceu em 2015 na sequência da refundação da Pescanova, está atualmente presente em 80 países de cinco continentes, registando uma faturação superior a mil milhões de euros. Desde 2020, o maior acionista da Nueva Pescanova é o Abanca, com 93% do capital. Em janeiro deste ano o banco injetou 70 milhões de euros na empresa.