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Um em cada dez pensionistas continua a trabalhar após a reforma

Em quase metade dos casos, é por motivos financeiros que é mantida a participação no mercado de trabalho. Dois terços das mulheres e perto de 40% dos homens recebem pensões de velhice de até 600 euros.

Portugal mais de 475 mil pensões são pagas por outros países europeus. França é o principal pagador.
Bruno Simão
08 de Maio de 2024 às 11:29
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Um em cada dez pensionistas continua a trabalhar após a aposentação, e isso acontece na maioria dos casos por motivos financeiros, indicam novos dados do INE publicados nesta quarta-feira.

A participação no mercado do trabalho dos pensionistas portugueses é abordada num novo módulo temático de questões colocadas pela autoridade estatística no inquérito ao emprego, segundo o qual 13,2% dos pensionistas inquiridos declararam ter continuado a trabalhar já após terem recebido a primeira prestação de reforma.

O principal motivo para continuar a trabalhar foi financeiro, na indicação dada por 46,5% dos pensionistas que decidiram manter a participação no mercado de trabalho.

Apenas 30,8%, menos de um terço, continuou a trabalhar para se sentir produtivo ou por gostar de trabalhar, enquanto 10,9% manifestou que pretendeu sentir-se socialmente integrado. Há ainda 10,3% que apontaram para outras razões não discriminadas, enquanto 2,4% fizeram-no por o cônjuge ou parceiro estar também ainda a trabalhar.

No universo dos inquiridos pelo INE, 65,3% das mulheres - cerca de dois terços - recebiam pensões de velhice de valor até 600 euros.entre os homens a percentagem era de 37,7%. Os dados mostram que em escalões de pensões elevados têm maior peso os homens e, bem assim, os indivíduos com qualificações mais elevadas, sendo que nove em cada dez pensionistas que recebem abaixo de 600 euros não têm habilitações acima do ensino básico.

Continuar a trabalhar após a aposentação permite elevar o valor das prestação recebida. Já adiar a idade de aposentação dá direito a uma bonificação. Os dados indicam que apenas 4,7% dos pensionistas beneficiam desse bónus por meses trabalhados para além da idade legal, ou pessoal, de reforma.

a proporção de pensionistas que sofrem penalização nos valores de pensões devido à antecipação da aposentação é bastante superior, nos 38,5%. Ainda assim, na maioria dos casos - 56,8% - não há lugar nem a penalização nem a bonificação.

Os dados do inquérito ao emprego mostram uma percentagem elevada daqueles que, no momento da aposentação, já não estavam a trabalhar (29,3%), enquanto 57,5% deixaram de trabalhar no momento em que passaram a receber a primeira prestação da pensão por velhice.

O principal motivo para deixar de trabalhar é ter atingido a idade de acesso à pensão, motivo invocado por 67,2% dos inquiridos. Mas a doença ou invalidez (16,4%) também tem um peso significativo, seguida de outras razões ligadas ao emprego (6,1%), condições financeiras favoráveis para deixar de trabalhar (3,9%)e responsabilidades na prestação de cuidados a terceiros (2,9%). Outras razões não discriminadas são invocadas por 3,5% daqueles que deixam de trabalhar na entrada na aposentação.


Alterado às 18h45 após correção do INE à nota de destaque que emitiu, que inicialmente referia que "um quarto da população reforma-se após os 70 anos".
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