A Ordem dos Enfermeiros tem 10,5 milhões de euros aplicados em contas à ordem e a prazo, indicou ao Correio da Manhã uma fonte desta entidade em que estão escritos mais de 69 mil profissionais e cujas quotas rendem anualmente cerca de sete milhões de euros.

Segundo o Relatório e Contas de 2015, que está a ser analisado pelo Tribunal de Contas, o valor nos cofres da Ordem até era superior. No entanto, esse documento acabou por ser rejeitado em assembleia-geral por ter sido registado um montante próximo de 3,5 milhões de euros de imparidades, resultante de valores de quotas por cobrar.

A Ordem dos Enfermeiros é liderada desde Janeiro de 2016 por Ana Rita Cavaco (na foto), que sucedeu a Germano Couto. A bastonária não quis falar sobre estes números, mas um responsável citado pelo CM explicou que, além do que está no banco, o dinheiro das quotas já foi investido em servidores novos, que custaram meio milhão de euros, e também na renovação do site, que terá "novas funcionalidades para ajudar" os profissionais do sector.

Os enfermeiros são uma das classes profissionais que podem ficar de fora do programa de integração de precários no Estado, que não irá abranger as "carreiras de regime especial" da Função Pública que tenham regras de vinculação próprias, como avisou a 10 de Fevereiro o ministro do Trabalho, Vieira da Silva.

Que carreiras são essas? Médicos e professores (que terão este ano um concurso extraordinário) são carreiras especiais com regras próprias de vinculação. O mesmo pode acontecer nas "inspecções, autoridade tributária e enfermeiros", acrescentou José Abraão, responsável da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP).