O neurocirurgião João Lobo Antunes morreu esta quinta-feira, 27 de Outubro, aos 72 anos, confirmou à Lusa fonte do Ministério da Saúde.

O actual presidente da Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida foi Prémio Pessoa de 1996 e autor de mais de uma centena de trabalhos científicos. Jubilou-se em Junho de 2014 e no ano passado foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Saúde 2015.

Por três ocasiões, foi mandatário das campanhas eleitorais de dois candidatos presidenciais, Jorge Sampaio (2001) e Cavaco Silva (em 2006 e 2011), sendo por este último nomeado para o Conselho de Estado.

Lobo Antunes nasceu a 4 de Junho de 1944 e licenciou-se (1968) e doutorou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa. Era irmão do escritor António Lobo Antunes.

Entre 1971 e 1984 trabalhou em Nova Iorque, no departamento de Neurocirurgia do Instituto de Neurologia de Nova Iorque, regressando nesse ano a Portugal como Professor Catedrático de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Em 1999 foi eleito presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia e dois anos depois foi professor convidado da Universidade de Pequim.

Em 2012, em entrevista ao Negócios, João Lobo Antunes assumia-se como um "optimista" e comparava Portugal a um corpo com "várias doenças sistémicas":

"Se pensarmos que a justiça é o coração, que a saúde é o fígado e que a educação é o cérebro, é um corpo que vai claudicando. Mas a Biologia é uma ciência optimista. Renova-se. Regenera-se. Reconstitui-se. Tenho um pensamento optimista na vida em geral, nas coisas em que me meto. Luto por elas. E se tenho derrotas, tento transformá-las em vitórias; ou seja, ver o que há de positivo no que aconteceu. Aliás, este é o único mecanismo que nos permite sobreviver ao erro. Pensar que vai haver outra oportunidade".

(Notícia actualizada às 16:27 com mais informação)