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Médicos querem mesmo salário que os magistrados

Bastonário da Ordem dos Médicos alerta que só com a subida do nível salarial dos clínicos, para que fique equiparado ao dos magistrados, se trava a saída de médicos do SNS e o encerramento de serviços por falta de pessoal.

27 de Junho de 2022 às 11:02
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A Ordem dos Médicos defende que devem ser aplicadas à carreira as mesmas regras e o mesmo nível salarial que estão em vigor para os magistrados.  


Só assim, alerta o bastonário Miguel Guimarães, em declarações ao Correio da Manhã, se trava a saída de médicos do SNS e o encerramento temporário de serviços de urgência.


"Temos médicos com vencimentos extremamente baixos e se não se discutir o vencimento-base, mais médicos vão abandonar o Serviço Nacional de Saúde", garante Miguel Guimarães, frisando que o fecho das urgências de Ginecologia/Obstetrícia que se tem verificado nas últimas semanas em vários hospitais é "apenas a ponta do icebergue".


De acordo com as tabelas salariais em vigor, um juiz de Direito, com três anos de carreira, tem uma remuneração base de 3.483 euros. Um médico assistente recebe 3.148 euros de vencimento-base.


"Nada impede os médicos de sair e só se consegue atrair os que estão no privado com melhores condições no SNS", frisa ainda o bastonário para quem "é difícil ter um sistema de saúde com uma dependência excessiva das empresas de prestação de serviços, nomeadamente nas urgências".


Com a saída de médicos do SNS, os hospitais têm vindo a recorrer cada vez mais às empresas de trabalho temporário que contratam clínicos especialistas em regime de prestação de serviços (tarefeiros) que chegam a pedir, em situações de risco do funcionamento dos serviços, 100 euros por hora, apesar de os limites definidos rondarem os 30 a 50 euros, variando de acordo com o hospital.


É um valor três vezes superior à remuneração paga aos médicos dos quadros do SNS, alerta Miguel Guimarães.  

No ano passado, o SNS pagou 142 milhões de euros em contratações de tarefeiros. A este valor, segundo os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), acrescem ainda 388 milhões de euros que foram pagos aos tarefeiros pelas 22 milhões de horas extraordinárias.

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