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Linkedcare quer "tratar da saúde" dos irlandeses
Esta plataforma tecnológica liga os médicos aos doentes. Depois de Portugal, a empresa está a ultimar as negociações para abrir um escritório na Irlanda e o objectivo é continuar a internacionalizar-se.
Surgiu em 2013 para ligar os médicos aos pacientes. A Linkedcare é uma plataforma tecnológica que se propõe a agilizar a comunicação na indústria da saúde. A dar os primeiros passos em Portugal, a empresa já está a preparar a entrada na Irlanda.
Depois de anos a trabalhar nas telecomunicações, Hans-Erhard Reiter e Nuno Pacheco voltaram-se para a saúde. Em 2013 deram os primeiros passos como Linkedcare e já têm os planos para a sua expansão. "Este arranque correu melhor do que esperávamos", admitiu Reiter, CEO da Linkedcare, ao Negócios. Nos primeiros meses, a plataforma já recebeu cerca de 700 registos de médicos. O gestor admite que "a evolução é positiva, porque o ritmo do crescimento está a aumentar" e, por isso, diz, "vamos chegar à meta dos 3 mil médicos praticamente só com crescimento orgânico".
Em Portugal, a Linkedcare, já está a trabalhar com algumas entidades para celebrar parcerias e, com isso, aumentar o número de médicos registados, um cenário que ainda não está previsto na estimativa inicial.
O mercado a seguir é o Brasil, "onde já fizemos contactos, já criámos os primeiros passos para construir equipas que possam trabalhar connosco", acrescentou. E esta entrada poderá acontecer já na segunda metade deste ano". Depois destes primeiros mercados "acreditamos que a expansão vai ser mais ou menos automática", diz. No entanto, o CEO da Linkedcare refere que os EUA também estão na lista das prioridades. "Aqui há uma onda de mudança de ‘software’ dos médicos e isso é uma grande oportunidade para nós. E nenhum fornecedor tem mais de 5% do mercado norte-americano. A entrada custa muito dinheiro, é difícil, mas vale a pena",
Apesar desta expansão acelerada, "em termos de facturação para já não vai mudar grande coisa. Começaremos a facturar na segunda metade do ano e os novos mercados ainda não vão gerar grande coisa". Para já, o principal impacto poderá ser nas pessoas, passando de uma equipa de 25 a 45 pessoas.
Como é que a plataforma é um negócio?
O médico não paga nada, o cidadão também não, para poder haver crescimento, porque só com massa crítica é que poderemos saltar para outras coisas. Sobre esta plataforma é fácil imaginar que podemos desenvolver negócios que trazem receita: cidadãos e médicos são grupos bem identificados onde a publicidade pode dar retornos interessantes, [como a] partilha de receitas com outros intervenientes desde farmácia a laboratórios.
Então, neste momento, mais importante que ter receitas é ter crescimento....
Sim, precisamos de massa crítica.
Mantêm o objectivo de chegar aos 3 mil médicos?
Sim e esta estimativa é só com crescimento orgânico, não estamos a pensar na internacionalização.
Em quatro meses quantos já têm registado?
Para já 700, essencialmente médicos de clínica geral, muitos dentistas, cardiologia, cirurgia, medicina interna e anestesiologia.
Em que fase estão as negociações com os grupos de saúde?
Antes do Verão podemos ter um ou dois contratos com um impacto relativamente grande no negócio
De quantos médicos estamos a falar?
Milhares de médicos.
Os dois fundadores da plataforma de saúde Linkedcare, Hans-Erhard Reiter e Nuno Pacheco, arrancaram com a empresa, em Setembro de 2013, tendo-se juntado a eles mais sete accionistas individuais. A empresa começou com um capital inicial de 50.400 euros e para o seu financiamento os mecanismos foram os habituais.
A empresa contou com o apoio de fundos da União Europeia e acordos com bancos, para totalizar os 2,4 milhões de euros para trazer a tecnológica até onde está agora. Quanto ao futuro, Hans-Erhard Reiter admite que será necessário mais capital. "Para a expansão tem que entrar novo capital e estamos a trabalhar nisso", acrescentou, sem detalhar. A estratégia poderá passar por financiamento fora de Portugal.
(Correcção: Nos primeiros meses, a Linkedcare recebeu cerca de 700 registos de médicos e não 700 mil registos)