Notícia
Legionella: Ministro da Saúde pede desculpa e sugere indemnizações para vítimas
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, pediu desculpa em nome do Governo pelo surto de legionella, que esta manhã fez a quinta vítima mortal, pediu regras mais apertadas e sugeriu que as vítimas sejam indemnizadas pelos responsáveis.
Adalberto Campos Fernandes pediu ao início da tarde desculpa pelo surto de legionella no hospital São Francisco Xavier. "Os utentes são formalmente credores de um pedido de desculpa do hospital, da empresa ou das empresas que tinham a responsabilidade de fazer a vigilância das condições ambientais e de segurança clínica, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo" e também "de mim próprio, enquanto responsável político do Governo", afirmou o ministro da Saúde.
Na parte final de uma audição no Parlamento sobre o orçamento da Saúde para 2018, o ministro garantiu que o Governo tudo fará para que "inquéritos em curso apurem cabalmente todas as responsabilidades". Adalberto Campos Fernandes diz que não é possível eliminar a bactéria da "convivência ambiental normal", mas isso "não serve de desculpa para que os hospitais e as unidades de saúde, e também as empresas no país, estejam regulados por uma legislação muito mais apertada, muito mais exigente, e sobretudo com um quadro sancionatório mais firme".
Nesse particular, o ministro aplaudiu a iniciativa do Bloco de Esquerda que aprofunda as exigências nesta matéria. Na próxima quarta-feira, a Direcção-Geral de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde (INSA) "irão publicar orientações que são actualizadas e muito mais exigentes". O ministro diz que assim que tomou conhecimento do surto pediu que "todas as instituições do país sob supervisão da ARS, DGS e INSA" fossem "submetidas a uma avaliação de segurança".
O ministro diz que o surto estará na sua "fase terminal, cada vez há menos casos todos os dias, mas atendendo a que esta população exposta é muito idosa e vulnerável do ponto de vista da saúde", e "estas fatalidades com que estamos confrontados são reais, têm que ser lamentadas e tem que haver direito à reparação destas pessoas por quem possa não ter feito o que devia ter sido feito", acrescentou.
O ministro aplaudiu também a investigação do Ministério Público, que "tomou iniciativa de diligências próprias que registamos como muito importantes para que o cabal esclarecimento e apuramento de responsabilidades civis ou de outro tipo venham a ser apuradas".