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Gastos do Estado com exames médicos no privado sobem para 925 milhões
A despesa pública com meios de diagnóstico e de terapêutica no privado, como endoscopia ou fisioterapia, voltou a aumentar 5,1% em 2018. No setor da saúde, o INE registou o maior aumento da despesa da última década.
Os chamados meios complementares de diagnóstico e de terapêutica feitos no setor privado custaram 925,8 milhões de euros em 2018, seguindo a tendência crescente desde o início da legislatura, numa subida acumulada de 12% face a 2015.
De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde ao Parlamento, citados pela TSF esta segunda-feira, 8 de julho, além dos exames médicos tem vindo a subir também a despesa da ADSE com o regime convencionado, que no final de 2017 ascendeu a 394 milhões de euros.
Estes dados, pedidos pelo socialista Ricardo Sampaio para "perceber quanto é que o Estado gasta com a saúde dos portugueses no privado", vai ao encontro das críticas dos administradores hospitalares, cujo líder associativo, Alexandre Lourenço, nota que são "obrigados a contratar por falta, obsolescência ou avaria de muitos equipamentos dadas as limitações que existem ao investimento".
Fisioterapia, análises clínicas, endoscopias e raios X são exemplos deixados à mesma estação de rádio pelo representante dos médicos de família, Rui Nogueira, para falar da dificuldade do serviço nacional de saúde (SNS) para responder a necessidades que crescem com o envelhecimento da população.
Os dados ainda preliminares da Conta Satélite da Saúde, publicados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística, apontaram para "aumentos significativos" da despesa corrente pública (5,3%) e privada (4,6%) no ano passado, naquele que foi mesmo o maior aumento da despesa nesta área em dez anos.