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Directores do Hospital de Gaia deixam funções em Outubro se Governo nada fizer

O director clínico e os 51 chefes de equipa do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, que se demitiram, abandonam funções a 6 de Outubro se o Governo não der nenhum "sinal positivo", avançou hoje à Lusa o bastonário.

Cofina Media
10 de Setembro de 2018 às 23:00
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"A partir de dia 6 de Outubro, se o Governo não mostrar nenhum sinal positivo, os clínicos deixam de exercer as suas funções de chefia, o que trará consequências muito graves ao centro hospitalar", anunciou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, na sequência de informações obtidas junto de alguns dos demissionários.

 

É "fundamental" que quem detém o poder político na área da Saúde dê um "sinal positivo" de que vai haver mudanças e, caso esse seja dado, os profissionais demissionários suspendem a sua decisão, referiu.

 

Segundo Miguel Guimarães, "um dos sinais positivos" seria substituir o presidente do Conselho de Administração que, considerou, "nada fez" para alterar a actual situação de degradação do centro hospitalar. "Ele nem sequer está solidário com os médicos, o que me deixa muito desagradado", comentou.

 

Outros dos indícios de que "a mudança vem caminho" seria consagrar no Orçamento de Estado para 2019 algumas das obras necessárias a realizar no centro hospitalar, afirmou.

 

Neste momento, o Governo tem a "faca e o queijo na mão", considerou, acrescentando ter "várias possibilidades" para dar "sinais positivos".

 

O bastonário lembrou que é necessário renovar equipamentos, alguns deles já ultrapassados, falando a título de exemplo na necessidade de adquirir um angiógrafo ou de modernizar alguns ecógrafos, assim como possibilitar contratações directas, à semelhança do que aconteceu noutros centros hospitalares do país. "Há aqui sinais que podem, desde já, ser dados. Se não for dado nenhum sinal fica tudo na mesma e os profissionais não têm condições para continuar a chefiar os serviços", referiu.

 

Miguel Guimarães considerou que os problemas são antigos e que não podem ser resolvidos de um dia para o outro, mas lembrou que se não se resolverem pioram, que é o que já está a acontecer.

 

Frisando que os médicos "não estão a brincar" e que a situação é "muito séria", o bastonário ressalvou que estes não tomaram esta decisão de "ânimo leve", estando em causa a prestação de melhores cuidados de saúde aos doentes e não melhores vencimentos.

 

Em tom de alerta, o bastonário avisou que "mais novidades vêm a caminho", sendo possível que "mais alguma coisa venha a acontecer" nos próximos dias.

 

Se o primeiro-ministro não fizer nada, disse, as demissões vão repetir-se em mais hospitais do país porque os médicos não estão satisfeitos e estão a fazer um "esforço enorme" para manter os serviços a funcionar. "Os médicos estão numa situação complicada porque estão a ser demasiado desconsiderados, não podendo António Costa desprezar o que se está a passar", entendeu. 

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