Notícia
Coronavírus: Diretora-geral da Saúde admite um milhão de infectados em Portugal
Graça Freitas admite, em entrevista ao Expresso, que no cenário mais plausível poderá haver "cerca de 21.000 casos na semana mais crítica", dos quais 19.000 poderão ter sintomas ligeiros, "como a gripe".
29 de Fevereiro de 2020 às 10:43
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admite que poderá haver um milhão de portugueses infetados pelo Covid-19, 21.000 na semana mais crítica, assegurando que as autoridades de saúde estão a preparar-se para esta possibilidade.
"Estamos a fazer cenários para uma taxa total de ataque de 10% [um milhão de portugueses] e assumindo que vai haver uma propagação epidémica mais intensa durante, pelo menos, 12 a 14 semanas", afirmou Graça Freitas, em entrevista ao semanário Expresso, publicada este sábado.
A diretora-geral da Saúde explicou que os estudos realizados estimam que 80% do total de infetados pelo novo coronavírus "vão ter doença ligeira a moderada", 20% terão "doença mais grave" e apenas 5% uma "evolução crítica".
Neste cenário, a taxa de mortalidade "será à volta de 2,3% e 2,4%".
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) acrescentou que "no cenário mais plausível" poderá haver "cerca de 21.000 casos na semana mais crítica", dos quais 19.000 poderão ter sintomas ligeiros, "como a gripe", e 1.700 terão "de ser internados, nem todos em cuidados intensivos".
Graça Freitas esclareceu que as autoridades de saúde de Portugal construíram esta previsão tendo por base a fórmula utilizada para a pandemia da Gripe A, em 2009.
"Estamos a trabalhar com cenários para a taxa de ataque da doença, como fizemos com a pandemia de gripe, em 2009. Na altura, pensávamos que podia ter uma taxa total de ataque de 10%: um milhão de pessoas doentes ao longo de 12 semanas, mas não todas graves. Mas, afinal, foram 7%, cerca de 700 mil pessoas no total da época gripal 2009/10", explicitou, adiantando que "uma epidemia depende da taxa de ataque, da duração e da gravidade".
Contudo, no caso do Covid-19, ainda não se sabe tudo para "fazer cenários tão bem feitos".
Graça Freitas realçou que o plano para responder à propagação do novo coronavírus em Portugal prevê a disponibilização de 2.000 camas em hospitais e 300 quartos com pressão negativa.
Se a doença progredir haverá "isolamento por quartos e por enfermaria", por exemplo, para "todas as pessoas que adoeceram no mesmo dia", referiu.
A diretora-geral da Saúde afirmou também que "as notícias falsas e as redes sociais" são "um grande problema" associado ao surto do novo coronavírus.
"O maior medo que tenho é do comportamento humano, de informações virais [na internet] que podem ser contraproducentes", sustentou Graça Freitas, acrescentando que o Covid-19 difere de outros surtos por ser "uma epidemia 'online' e um vírus" sobre o qual não se sabe tudo.
A responsável da DGS considera ainda que, dependendo da disseminação do Covid-19 em Portugal, poderá ser decretada a quarentena obrigatória.
"Estamos a fazer cenários para uma taxa total de ataque de 10% [um milhão de portugueses] e assumindo que vai haver uma propagação epidémica mais intensa durante, pelo menos, 12 a 14 semanas", afirmou Graça Freitas, em entrevista ao semanário Expresso, publicada este sábado.
Neste cenário, a taxa de mortalidade "será à volta de 2,3% e 2,4%".
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) acrescentou que "no cenário mais plausível" poderá haver "cerca de 21.000 casos na semana mais crítica", dos quais 19.000 poderão ter sintomas ligeiros, "como a gripe", e 1.700 terão "de ser internados, nem todos em cuidados intensivos".
Graça Freitas esclareceu que as autoridades de saúde de Portugal construíram esta previsão tendo por base a fórmula utilizada para a pandemia da Gripe A, em 2009.
"Estamos a trabalhar com cenários para a taxa de ataque da doença, como fizemos com a pandemia de gripe, em 2009. Na altura, pensávamos que podia ter uma taxa total de ataque de 10%: um milhão de pessoas doentes ao longo de 12 semanas, mas não todas graves. Mas, afinal, foram 7%, cerca de 700 mil pessoas no total da época gripal 2009/10", explicitou, adiantando que "uma epidemia depende da taxa de ataque, da duração e da gravidade".
Contudo, no caso do Covid-19, ainda não se sabe tudo para "fazer cenários tão bem feitos".
Graça Freitas realçou que o plano para responder à propagação do novo coronavírus em Portugal prevê a disponibilização de 2.000 camas em hospitais e 300 quartos com pressão negativa.
Se a doença progredir haverá "isolamento por quartos e por enfermaria", por exemplo, para "todas as pessoas que adoeceram no mesmo dia", referiu.
A diretora-geral da Saúde afirmou também que "as notícias falsas e as redes sociais" são "um grande problema" associado ao surto do novo coronavírus.
"O maior medo que tenho é do comportamento humano, de informações virais [na internet] que podem ser contraproducentes", sustentou Graça Freitas, acrescentando que o Covid-19 difere de outros surtos por ser "uma epidemia 'online' e um vírus" sobre o qual não se sabe tudo.
A responsável da DGS considera ainda que, dependendo da disseminação do Covid-19 em Portugal, poderá ser decretada a quarentena obrigatória.