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Marcelo apela ao voto este domingo e realça necessidade de revisão da lei eleitoral

O presidente da República destacou a necessidade de rever a lei eleitoral, cuja rigidez exclui votação fora de domingos e feriados, nem permite horários flexíveis.

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29 de Janeiro de 2022 às 13:05
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O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou este sábado a que todos os portugueses votem nas legislativas de amanhã, adiantando que "nestas eleições tão diferentes, num tempo tão diferente e tão exigente, votar é também uma maneira de dizermos que estamos vivos e bem vivos, e que nada, nem ninguém, cala a nossa voz". Em contexto de pandemia, o presidente ressalvou ainda a necessidade de revisão da lei eleitoral.

 

Numa mensagem dirigida aos portugueses, o presidente da República realçou a importância do voto este domingo, naquelas que Marcelo considera umas eleições diferentes.

 

"Estas eleições para a Assembleia da República são, verdadeiramente, diferentes", começa por dizer o chefe de Estado. "Diferentes porque, sendo as primeiras eleições parlamentares realizadas em pandemia e após rejeição, também pela primeira vez, de um Orçamento de Estado em Democracia, nelas confirmámos o domínio de três temas: a própria pandemia e a saúde; a urgente melhoria das condições de vida, a próxima fórmula governativa, por cada qual preconizada", explica.

 

Marcelo referiu ainda que estas eleições acontecem num contexto em que o choque da pandemia se revelou mais "abrupto e prolongado", "que recuperar economia e mitigar pobreza e desigualdades sem mudanças de fundo, corre o risco de ser encharcar com milhões as areias de um deserto".

 

Numa situação em que milhares de pessoas se encontram infetadas pelo vírus da covid-19 ou em isolamento, Marcelo realça que nestas eleições "confirmámos o relevo do voto antecipado, a sugerir a oportuna reponderação do dia de reflexão, pensado para outra época e para outras preocupações".

 

Por outro lado, "confirmámos a falta de uma lei de emergência sanitária, de que falei há um ano, e a necessidade de revisão da lei eleitoral, tão rígida que exclui votação fora de domingos e feriados, e não permite horários flexíveis, assim fechando portas a situações excecionais", apontou o presidente da República.

 

Mas não é só a forma de votar que se mostra diferente, em contexto de pandemia. A própria campanha teve que se adaptar. "Confirmámos uma serenidade no mês seguinte à convocação das eleições, e uma pré-campanha e campanha, nalguns pontos, muito diversas das tradicionais, por causa da pandemia. Mas não menos, porque, de novo, com a participação de mais jovens, e, ainda, porque há certos meios e estilos que passaram e dificilmente voltarão a ser como eram", refere Marcelo.

 

Em modo de conclusão, Marcelo nota que "numa palavra, nelas, confirmámos o apego de todos nós à Democracia, que é o regime da liberdade, do pluralismo, da aceitação do outro e dos outros".

 

"Só falta, agora, para a grande maioria dos portugueses, o último passo – o do voto. Amanhã eu lá estarei, como sempre, com o meu, um em milhões, a dizer o que penso sobre os próximos anos para Portugal. Anos de saída de uma penosa pandemia, de urgente reconstrução da economia, da sociedade, do ambiente, da vida das pessoas, de difíceis desafios europeus, e de tensão mundial como já não existia há quase vinte anos", ressalva.

 

"Eu sei que pandemia, cansaço, conformismo, e outras razões do foro íntimo, são, para muitos, argumentos para escolher não escolher", adiantou Marcelo. "Mas, nestas eleições tão diferentes, num tempo tão diferente e tão exigente, votar é também uma maneira de dizermos que estamos vivos e bem vivos, e que nada, nem ninguém, cala a nossa voz", concluiu o presidente da República.

 

E, para que não restem dúvidas quanto à segurança do ato eleitoral, o presidente da República tranquilizou os portugueses, dizendo que podem votar "sem temores nem inibições. Como o fizemos, em Setembro, nas eleições locais, e, há um ano, nas eleições presidenciais. Na altura, há um ano com mais de trezentos mortos por dia, mais de oitocentos cuidados intensivos e mais de seis mil internados. E sem vacinas".

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