“Damos um voto de confiança ao governo e à sua nova orgânica, e esperamos que o diálogo seja frutuoso”, afirmou Carlos Silva, numa conferência de imprensa que se seguiu à reunião do secretariado nacional da UGT. “Estendemos a passadeira vermelha ao governo. Da parte da UGT, o governo tem todas as hipóteses para que possa vir à procura do diálogo”.

Carlos Silva lembrou que o Presidente da República pediu ao governo uma mudança de políticas, e que isso foi uma condição para o executivo continuar em funções. “O Presidente auto-responsabiliza-se e responsabiliza o governo. Há uma dupla responsabilização, do Presidente e governo, a que estaremos atentos. Esperamos que o apelo do Presidente tenha eco no governo”.

O secretário-geral considera que “mais importante do que a mudança das cadeiras e dos rostos é a opção das políticas”. Para a UGT é fundamental acabar com a política de austeridade, e dar mais valor à concertação social.  

“É preciso que se faça da concertação social um verdadeiro espaço de partilha e entendimento para que possamos encontrar soluções. É preciso que o governo governe sem fustigar mais os portugueses”, acrescentou o responsável.

Entre as medidas mais urgentes estão as políticas de promoção do emprego, o aumento do salário mínimo e a diminuição da carga fiscal.

“Não vamos desistir de debater o tema do salário mínimo nacional. É uma luta que vamos encetar. Esperamos que o governo perceba que, se a administração pública tiver que gastar mais uns milhões, é um gesto que fica bem numa altura como esta que estamos a viver”, defendeu, acrescentando que também não vai desistir de lutar pela reposição do IVA na restauração.