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Seguro: Primeiro-ministro reconheceu o fracasso da sua política

O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou hoje que o primeiro-ministro "reconheceu" no sábado à noite o "fracasso" da sua política ao considerar-se "incompreendido" pelos mercados, concluindo depois que reina a desorientação no Governo.

22 de Setembro de 2013 às 17:15
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António José Seguro falava em Matosinhos, após uma acção de campanha no bairro social da Biquinha ao lado do candidato do PS a presidente da câmara, António Parada.

 

No final, o líder socialista referiu-se ao teor do discurso proferido na véspera pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, em Alcanena, em que lamentou existir um preconceito dos mercados relativamente a Portugal, algo que disse não existir no que respeita à Irlanda, um dos três países da União Europeia sob assistência financeira da 'troika'.

 

Seguro defendeu a tese de que o ex-ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar "foi o primeiro em Julho a reconhecer o falhanço" da política de austeridade seguida nos dois últimos anos, pedindo então a exoneração do executivo.

 

"Agora foi o primeiro-ministro que se queixou de que os mercados não o compreendem, depois de ter passado dois anos a governar para os mercados, de ter chamado piegas aos portugueses e de em maio passado ter escrito uma carta aos credores a propor-se a fazer um corte de 4,7 mil milhões de euros", apontou o líder socialista. Para António José Seguro, as palavras de Pedro Passos Coelho só podem ser interpretadas como "o reconhecimento do fracasso do seu Governo".

 

O secretário-geral do PS sustentou depois que reina "a desorientação" no executivo de coligação PSD/CDS, com Pedro Passos Coelho a admitir que Portugal poderá ser alvo de um segundo resgate financeiro, "enquanto o ministro Poiares Maduro diz que um segundo resgate nem pensar". "Há uma desorientação no Governo. Cada um diz a sua coisa", salientou António José Seguro, discursando com um megafone na mão após uma arruada naquele bairro muito degradado do concelho de Matosinhos.

 

Num município em que o presidente da câmara eleito pelo PS em 2009, Guilherme Pinto, se candidata agora como independente, depois de divergências internas na estrutura concelhia dos socialistas, Seguro percorreu ruas escuras e cheias de lixo do bairro da Biquinha, com muitos populares a gritarem "PS, PS".

 

Tendo ao seu lado dirigentes socialistas como Francisco Assis, Ana Paula Vitorino e Fernando Jesus, o secretário-geral do PS visitou a entrada de alguns prédios, com os moradores a queixarem-se da câmara por ter instalado nos edifícios portas blindadas. "Parece que estamos numa prisão", queixou-se um homem de meia-idade, vestindo uma camisola branca de alças e com vistosos fios de prata ao pescoço.

 

António Parada, que vestia camisa azul clara e calças de ganga de marca - cuja campanha tem o 'slogan' popular "sou um de vós" - acusou o actual poder autárquico de deixar ao abandono aquele bairro de habitação social. "A câmara esqueceu os valores socialistas", disse António Parada, numa crítica à candidatura do agora independente Guilherme Pinto.

 

Como acontece em quase todas as acções de rua de campanha do PS em Matosinhos, também na de hoje se registou momentos de euforia e de confusão. No meio dos abraços e beijos, o próprio António Parada quase ficou descalço de um dos pés.

 

As eleições autárquicas decorrem a 29 de Setembro.

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