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Rangel admite governo de coligação ou acordo parlamentar com "parceiros naturais" do PSD

"Sendo eleito líder do PSD, lutarei por uma maioria absoluta ou por conseguir uma maioria estável no parlamento, qualquer que seja a relação de forças, afirmou Paulo Rangel.

Nuno Veiga/Lusa
18 de Novembro de 2021 às 22:51
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O candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel, admitiu hoje que pretende tentar garantir, "com os parceiros mais naturais" do partido, um "governo de coligação ou um acordo de incidência parlamentar" para "uma maioria estável no parlamento".

"Sendo eleito líder do PSD, lutarei por uma maioria absoluta ou por conseguir uma maioria estável no parlamento, qualquer que seja a relação de forças. Tentando garantir, com os nossos parceiros mais naturais, se for caso disso, um governo de coligação ou acordo de incidência parlamentar", afirmou Paulo Rangel aos jornalistas, após ter sido recebido, em audiência, pelo presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.

Em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Rangel avisou que se abstém de "fazer cenários" ou "tabuleiros de xadrez", pretendendo "deixar o povo decidir". "O grande objetivo é que o PSD saia fortalecido das eleições internas", vincou.

Rangel foi questionado pelos jornalistas sobre se partilhava o apelo ao voto útil de Rui Rio, líder do PSD e recandidato ao cargo, que apontou hoje a imprevisibilidade da aprovação do orçamento regional dos Açores, face à incerteza do voto do Chega, como um alerta para os portugueses ponderarem o voto nas eleições legislativas de 30 de janeiro.

"Evidentemente, considero fundamental apelar ao voto útil. Sendo eleito presidente do PSD vou pedir maioria absoluta. As soluções estáveis são mais fáceis sem fragmentação, o que não quer dizer que não sejam possíveis em cenário de fragmentação. Mas isso nada tem que ver com o respeito profundo pela autonomia regional", alertou.

"Acho que o PSD deve respeitar a autonomia regional, confiar no seu partido regional. Não deve nem imiscuir-se nem interferir nessa matéria", acrescentou.

A Direção Nacional do Chega pediu, na quarta-feira, à estrutura partidária açoriana para retirar o apoio ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo o seu deputado único no arquipélago, José Pacheco, dito que ainda está em "negociações" com o executivo e que é sua a "última palavra".

A Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita - que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

Como a coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal, era esperada a viabilização do Orçamento Regional 2022 por estes partidos, bem como pelo deputado independente (que manteve o apoio ao executivo quando saiu do Chega).

O parlamento conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN. Neste último caso, o deputado único, que se absteve sobre o Programa de Governo e o Orçamento Regional 2021, aguarda apenas a validação da comissão política local para votar contra o Orçamento 2022, discutido na próxima semana.

Rangel justificou a visita de hoje ao presidente do Governo Regional açoriano, o social-democrata José Manuel Bolieiro, com a "apresentação das razões" da sua candidatura às eleições internas do PSD.

"Não deixei de mostrar entusiasmo com resultado nas eleições autárquicas que PSD e a coligação [de Governo - PSD/CDS-PP/PPM] tiveram. Quis, por outro lado, mostrar apreço por trabalho extraordinário que o governo tem feito nos Açores", observou.
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