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PS acusa Rui Rio de "incoerência" por criticar Governo após palavras de Merkel

"Não há, de facto, limites para a incoerência quando agora se reclama contra uma medida que antes se reivindicava. Em maio, o PSD criticava o Governo por não ter ainda anunciado a abertura aos voos do Reino Unido, que vaticinava de trágico para o turismo nacional", pode ler-se na publicação de Ana Catarina Mendes na sua página na rede social Facebook.

22 de Junho de 2021 às 23:59
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A líder parlamentar do PS acusou hoje o presidente do PSD de "incoerência", após Rui Rio ter criticado o Governo e considerado "justas" as palavras da chanceler alemã sobre o aumento de casos de covid-19 em Portugal.

"Não há, de facto, limites para a incoerência quando agora se reclama contra uma medida que antes se reivindicava. Em maio, o PSD criticava o Governo por não ter ainda anunciado a abertura aos voos do Reino Unido, que vaticinava de trágico para o turismo nacional", pode ler-se na publicação de Ana Catarina Mendes na sua página na rede social Facebook.

Na mesma publicação, a líder parlamentar do PS cita as palavras de Rui Rio, que acusou hoje o Governo de estar a fazer Portugal passar "por uma vergonha desnecessária", considerando que depois da "vexatória desconsideração" do Reino Unido, os portugueses têm que "ouvir a justa indignação da chanceler alemã".

A publicação do líder social-democrata, Rui Rio, no Twitter surge depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter criticado hoje a falta de regras comuns na União Europeia relativamente às viagens, dando como exemplo a situação de aumento dos contágios em Portugal, que a seu ver "poderia ter sido evitada".

"Não bastava termos sido tratados com uma vexatória desconsideração pelo Reino Unido, a quem prestamos futebolística vassalagem, e ainda temos de ouvir a justa indignação da chanceler alemã", afirmou.

Na perspetiva de Rui Rio, o Governo do PS liderado por António Costa está a fazer Portugal passar "por uma vergonha desnecessária".

Hoje, em Berlim, em declarações à imprensa, feitas em conjunto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a propósito da aprovação do Plano de Recuperação e Resiliência da Alemanha, a chanceler alemã disse que lamentava que não se tenha sido capaz "de alcançar um comportamento uniforme entre os Estados-membros em termos de restrições de viagem", o que considerou ser "um retrocesso".

"Temos agora uma situação em Portugal, que talvez pudesse ter sido evitada", exemplificou.

"E é por isso que temos de trabalhar ainda mais" na área da coordenação, vincou Angela Merkel, aludindo nomeadamente à permissão dada por Portugal, que preside atualmente ao Conselho da UE, da entrada de turistas - como os britânicos.

Por seu lado, outros países como Alemanha e França impuseram restrições às viagens do Reino Unido devido à rápida propagação da variante Delta (detetada na Índia) do SARS-CoV-2.

"Fizemos progressos bastante bons nos últimos meses [no que toca à pandemia], mas ainda não estamos onde eu gostaria que a UE estivesse", adiantou Angela Merkel.

Estas declarações foram feitas dias antes de os líderes europeus se reunirem numa cimeira europeia em Bruxelas e numa altura em que Portugal regista números diários de infeções que apenas comparam com os níveis de fevereiro.

Hoje mesmo, registaram-se seis mortes associadas à covid-19, 1.020 novos casos de infeções confirmadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 e um novo aumento nos internamentos.

 
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