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PCP quer devolução de cortes diferente do PS mas promete aprovação do programa
"Está aberta uma nova fase da vida política nacional", diz Jerónimo de Sousa. Os comunistas garantem a aprovação ao programa do Governo do PS mas poderão avançar com iniciativas legislativas distintas.
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O Partido Comunista Português vai aprovar o programa de Governo do Partido Socialista, Executivo que tomará posse esta quinta-feira, 26 de Novembro. "O que podemos garantir é que o programa do PS passará na Assembleia da República", disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, depois de divulgada a nova composição do Governo.
"Está aberta uma nova fase da vida política nacional", anunciou o líder comunista, acrescentando que o partido espera que se possa constituir um caminho em que as "medidas e políticas a adoptar [sejam] um sinal de mudança".
Este é o objectivo mesmo que, nesta altura, o percurso para cumprir o mesmo não seja único: Na posição conjunta que socialistas e comunistas assinaram a 10 de Novembro, o PS identificaram "matérias em que, apesar de não se ter verificado acordo quanto às condições para a sua concretização, se regista uma convergência quanto ao enunciado dos objectivos a alcançar". Um do casos é a sobretaxa do IRS: o PS quer uma devolução mais lenta, numa base trimestral.
"O PCP é contra a manutenção dos cortes. Este é o princípio real. Foram definidos objectivos comuns que estão separados na questão do tempo, do quando. Mas aquilo que posso afirmar, em nome do PCP, é que estaremos com certeza disponíveis para que seja encontrada uma solução legislativa que respeite o princípio da devolução dos salários, das pensões e reformas, da carga fiscal injusta que foi aplicada aos trabalhadores e reformados. Haveremos de encontrar uma solução", disse.
"Consideramos que a devolução da sobretaxa, com a sua eliminação, é uma questão fundamental", disse Jerónimo de Sousa, a reagir ao anúncio da tomada de posse do novo Governo marcada para esta quinta-feira pelas 16.00.
"Fazemos uma afirmação de fundo: tudo faremos para que não existam mais os cortes, manutenção do que for, tudo faremos para que isso aconteça", prometeu Jerónimo de Sousa.
"Muito haverá ainda para fazer", acrescentou ainda o responsável do PCP, adiantando que, apesar da posição conjunta, não prescinde "da independência ideológica e política".