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Paulo Vistas diz que "não pode valer tudo" na campanha em Oeiras

O candidato à Câmara de Oeiras Paulo Vistas disse hoje que "não pode valer tudo" na campanha eleitoral ao concelho, referindo-se ao "ataque" de que diz ter sido alvo por parte do seu adversário Isaltino Morais.

Sara Matos
09 de Agosto de 2017 às 15:20
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"Não pode valer tudo. As amizades honram a nossa vida, mas a independência profissional está acima delas e definem o nosso carácter e dignidade. Para mim este princípio é claro, mas se para outros é uma novidade, fico surpreendido!", escreveu Paulo Vistas na sua página da rede social Facebook.

Paulo Vistas, actual presidente da câmara e candidato a um novo mandato nas eleições de 1 de Outubro, reagia às acusações de Isaltino Morais de que a rejeição da sua candidatura estará relacionada com relações de amizade com o juiz do tribunal de Oeiras.

O Tribunal de Oeiras rejeitou, na terça-feira, a candidatura de Isaltino Morais pelo movimento Inovar - Isaltino Oeiras de Volta por irregularidades na apresentação das listas de candidatos.

No mesmo dia, Isaltino Morais convocou uma conferência de imprensa para garantir que cumpriu "escrupulosamente a lei" e questionou a imparcialidade do juiz Nuno Cardoso, por "relações de amizade e familiares" a Paulo Vistas que, segundo disse, foi seu padrinho de casamento.

Questionado pela Lusa sobre as acusações de Isaltino Morais, Paulo Vistas recusou prestar qualquer esclarecimento, mas escreveu no Facebook que entende a política de forma transparente e que nunca negou gratidão a quem serviu Oeiras, numa referência ao seu antecessor na câmara.

"Sempre lhe dediquei o reconhecimento e solidariedade devidos porque na política, como na vida, a gratidão é um dever. Infelizmente, por factos que me são totalmente alheios, o meu carácter foi atacado de forma leviana sem qualquer verdade ou fundamento", lê-se na nota.

Paulo Vistas acusa Isaltino Morais de o ter difamado e sublinha que "uma decisão judicial não pode justificar a leviandade das insinuações" feitas por alguém que, em sua opinião, "já perdeu todos os argumentos legais".

"Fui atacado na minha honra pela mesma pessoa por quem, durante anos, batalhei por defender a sua. A independência do poder judicial é um pilar da nossa sociedade. A seriedade e o carácter dos magistrados só pode ser posta em causa por quem já perdeu todos os argumentos legais", lê-se.

O actual presidente da câmara considera que a "forma mesquinha" manifestada pelo seu antecessor afasta os cidadãos da política.

Paulo Vistas promete, na mesma nota, continuar "sereno, focado na gestão da autarquia e na campanha eleitoral em curso".

O Conselho Superior da Magistratura anunciou hoje que vai abrir um inquérito "para cabal apuramento da situação", sobre a alegada relação entre o juiz Nuno Cardoso e o candidato Paulo Vistas.
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