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Passos culpa PS por queda do Governo e promete luta no Parlamento

O primeiro-ministro diz que os programas dos vários partidos de esquerda são "incompatíveis" e deixou claro que um chumbo ao seu Executivo só acontece porque o PS assim o quer, ao optar por uma via "radical".

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10 de Novembro de 2015 às 16:49
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Pedro Passos Coelho considera que não é difícil ver "o quão incompatível, entre si, é o conjunto de programas" dos vários partidos de esquerda PCP, BE e PEV e o PS. No seu discurso de defesa do programa do Governo, o primeiro-ministro disse que o Executivo que lidera só cairá porque o PS assim o quer.

"As oposições, ao longo dos últimos quatro anos, só manifestaram um único propósito: reescrever o resultado eleitoral e converter uma soma de derrotas numa maioria negativa", indicou o primeiro-ministro no discurso de votação do programa do Governo PSD e CDS.

"O Partido Socialista recusou associar-se à maioria maior desta câmara, de matriz europeia, e preferiu juntar-se às minorias que o têm combatido desde sempre, não ligam quaisquer laços importantes quer em matérias de fundo quer em matérias de soberania. O que de mais estruturante o Portugal democrático fez, foi feito. Seja ao nível de revisões constitucionais seja ao nível da adesão à União Europeia, fez-se com PS, PSD e CDS", afirmou ainda.

Escolha "radical" do PS

No seu discurso, o primeiro-ministro referiu que a circunstância de ver o seu programa de Governo chumbado "só se apresenta possível porque essa é a vontade do PS". "É bom não esquecer que essa vontade se formulou não porque o PS tivesse sido ostracizado mas porque fez uma escolha radical", acusou.

Em relação ao seu programa, sujeito a quatro moções de rejeição propostas pela oposição, Passos Coelho afirmou que "reflecte a obediência à estabilidade e responsabilidade, para com sacrifícios que os portugueses fizeram". O social-democrata considera que o seu programa foi apresentado de forma "anti-demagógica e não eleitoralista" e "determinada e realista".


A legitimidade

Passos Coelho avisou ainda que a maioria do PS, apoiada pelo BE, PCP e PEV, tem de "ser suficiente", adiantando que tem de haver aprovação em "matérias de governação, indispensáveis para qualquer Governo". E deu exemplos: Orçamento do Estado, Programas de Estabilidade, cumprimento de regras europeias e de tratados internacionais.  

"Quem hoje votar pelo derrube do Governo legítimo, não tem legitimidade para mais tarde vir reclamar sentido de responsabilidade e patriotismo a quem hoje negou esses atributos", disse ainda. "Não há aqui revanchismo. Há é uma questão de ética republicana", defendeu-se.

Relativamente às críticas que são feitas à sua actuação, o líder do Executivo respondeu, por exemplo, que sempre distinguiu serviço público de propriedade pública. "Nós nunca os confundimos e sempre defendemos o serviço público, mesmo quando fizemos privatizações".

Passos cita governador

O primeiro-ministro citou ainda o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa: "como disse o governador, os erros de política económica agora serão pagos, com mais dor, no futuro". "A verdade é que sempre foi assim no passado", disse.

Passos Coelho falou ainda na queda de 4% da Bolsa de Lisboa na segunda-feira e na subida da diferença entre as taxas de juro pedidas para comprar dívida alemã e as taxas da dívida portuguesa. "Ainda o Governo não iniciou funções e já temos a desconfiança dos investidores a expressar-se no alargamento dos ‘spreads’, que medem o risco de incumprimento da dívida pública", disse. 

A luta no Parlamento

A concluir a sua intervenção, e antes das moções de censura, Passos Coelho sublinhou um facto que disse ser inédito. "Não é todos os dias que se sai do Governo com o voto do eleitorado. Poucos políticos se poderão orgulhar dessa circunstância".

Sobre o futuro, se vier a ser deputado, Passos Coelho deixou um aviso com "orgulho": "Lutarei no Parlamento".


(Notícia actualizada às 17h20 com mais informações)
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