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Nuno Melo sente a “obrigação de dar o peito às balas” e diz que o CDS-PP “não acabou”

"Sou candidato à presidência do CDS no próximo congresso", afirmou o eurodeputado centrista.

Nuno Melo
19 de Fevereiro de 2022 às 19:30
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O eurodeputado Nuno Melo anunciou hoje que é candidato à liderança do CDS-PP por sentir a "obrigação de dar o peito às balas" e recusou "deitar a toalha ao chão", sustentando que o partido "não acabou".

 

"Sou candidato à presidência do CDS no próximo congresso", afirmou Nuno Melo na apresentação da candidatura, na sede centrista, em Lisboa.

 

Perante uma sala cheia, o dirigente apontou que sentiu "a obrigação de dar o peito às balas" pelo CDS-PP e recusou "deitar a toalha ao chão".

 

"Hoje não começa a última batalha de um CDS perdido, hoje começa a primeira batalha para um CDS renascido", disse.

 

Apesar de considerar que o partido tem pela frente um desafio "difícil" e "carregado de obstáculos", Nuno Melo defendeu que "o CDS não acabou" e "faz falta a Portugal".

 

"Enquanto estivermos aqui, o CDS não acabou. Enquanto acreditarmos, e eu acredito, o CDS não acabou. Enquanto tivermos autarcas, presidentes de câmara, vereadores, membros em assembleias de freguesia, membros em governos regionais, um eurodeputado, o CDS não acabou. Enquanto não perdermos a capacidade de lutar por aquilo em que acreditamos e achamos melhor para o nosso país, o CDS não acabou", salientou.

 

E é precisamente esse o lema da sua candidatura: "O CDS faz falta a Portugal" e "Tempo de construir".

 

O eurodeputado considerou que a ausência do CDS no parlamento na próxima legislatura "fará toda a diferença", e argumentou que o eleitor que costuma votar CDS mas não o fez nestas eleições legislativas, foi por "motivos que foram manifestamente conjunturais, nunca quis o CDS fora do parlamento".

 

Segundo o eurodeputado, estes eleitores "não se sentem representados quando veem esse seu voto sentado entre o PS e o PSD", numa referência ao pedido da Iniciativa Liberal para na próxima legislatura ficar mais ao centro no hemiciclo.

 

"Há todo esse espaço político entre o PSD e o Chega que hoje não está na Assembleia da República. Esse espaço é nosso e nós temos de lá voltar", salientou o anunciado candidato.

Nuno Melo considerou que a repetição da eleição no círculo da Europa pode ser a oportunidade para o CDS continuar a ter representação parlamentar e considerou que eleger um deputado seria "extraordinário para o CDS".

 

Indicando ter "otimismo realista", o dirigente centrista considerou que "em tese é possível" e destacou a "grande qualidade dos candidatos" centristas, nomeadamente da cabeça de lista pelo círculo da Europa, Francisca Sampaio.

 

Defendendo que "o CDS é um património da democracia e em democracia não há resultados definitivos", o eurodeputado garantiu que irá trabalhar porque "é tempo de arregaçar as mangas" e mostrou-se convicto de que "vão ser os portugueses a querer devolver" o partido ao parlamento.

 

O salão da sede do CDS estava cheio para ouvir Nuno Melo, e marcaram presença na apresentação, entre outros, figuras do partido como o ainda líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, o antigo presidente do Congresso Luís Queiró, os antigos deputados Nuno Magalhães, João Gonçalves Pereira e Pedro Morais Soares, o vereador na Câmara de Lisboa Diogo Moura, o antigo secretário de Estado Paulo Núncio e o líder da Juventude Popular, Francisco Camacho.

 

O 29.º Congresso do CDS está marcado para 02 e 03 de abril, em local ainda a definir. Os centristas vão eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência do partido e não irá recandidatar-se, na sequência dos resultados eleitorais nas legislativas de 30 de janeiro.

 

Até agora, Nuno Melo é o único candidato anunciado à liderança do partido.

 

O CDS-PP obteve 1,6% dos votos nas legislativas e, pela primeira vez desde o 25 de Abril de 1974, ficou sem representação parlamentar, depois de na última legislatura ter uma bancada de cinco deputados.

 

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