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Nobel da Paz celebra o povo colombiano, assinala Marcelo

O Presidente da República elogiou a escolha da Juan Manuel Santos por assinalar "o mérito de um povo que resiste".

Bruno Simão/Negócios
07 de Outubro de 2016 às 12:10
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Marcelo Rebelo de Sousa considerou esta sexta-feira, 7 de Outubro, que a atribuição do prémio Nobel da Paz a Juan Manuel Santos é "a celebração do povo colombiano", "mais do que celebrar um político".

"Depois de 50 anos de guerra civil (...) é bom que se assinale o mérito de um povo que resiste e que está a fazer um esforço de reconciliação e de descoberta da paz", declarou o Presidente da República.

O chefe de Estado português assinalou a entrega do Nobel ao homólogo colombiano, que esteve envolvido nas negociações com as FARC para pôr fim a um conflito que durou décadas, no início de uma intervenção nas j
ornadas sobre os 40 anos da Constituição de 1976, que decorrem na Universidade Católica, no Porto.

Em declarações aos jornalistas, à margem desta iniciativa, Marcelo reforçou que este Nobel "pode ser um estímulo para que o entendimento, para que a convergência e para que a compreensão recíproca triunfem na Colômbia", notando ainda que "tudo o que pudermos fazer para apelar à paz e para mostrar a importância da construção da paz - e a comunidade intencional pode dar sinais - deve ser feito". 

Esforços depois do referendo

Na presidência desde 2010, Juan Manuel Santos, de 65 anos, assinou, no final do mês de Setembro, um acordo histórico com o "número um" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Rodrigo Londoño, mais conhecido como Timoleón Jiménez "Timochenko" para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura, que foi negociado em Cuba durante 45 meses e cinco dias e anunciado a 24 de Agosto.

O acordo com vista ao fim do conflito armado com as FARC - uma guerrilha de inspiração marxista e com origem nas revoltas camponesas da década de 1960 - foi, porém, rejeitado em referendo pelos eleitores colombianos. 

Juan Manuel Santos reconheceu a vitória do "não" mas prometeu continuar os esforços para acabar com a guerra de 52 anos. "Não vou desistir e vou continuar a procurar a paz até ao último dia do meu mandato", afirmou.

 

O balanço da guerra civil no país, que desde 1964 envolveu guerrilhas de extrema-esquerda, paramilitares de extrema-direita, exército e grupos de narcotraficantes é pesado: 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
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