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Montenegro acusa derrotados de estarem "mais ocupados em geringonçar" do que em ser oposição

Num comício em Évora, no primeiro dia da campanha eleitoral para as europeias, Luís Montenegro quis deixar um recado sobre as regionais de domingo na Madeira, em que o PSD venceu com maioria relativa, mas generalizou a crítica aos derrotados dos vários sufrágios recentes.

Manuel de Almeida / Lusa
27 de Maio de 2024 às 22:02
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O primeiro-ministro acusou hoje os derrotados das várias eleições de estarem "mais ocupados em geringonçar uns com os outros" do que em ser oposição construtiva e prometeu manter a "dinâmica do Governo" após as europeias.

Num comício em Évora, no primeiro dia da campanha eleitoral para as europeias, Luís Montenegro quis deixar um recado sobre as regionais de domingo na Madeira, em que o PSD venceu com maioria relativa, mas generalizou a crítica aos derrotados dos vários sufrágios recentes.

"Enquanto nós vencermos eleições, nós vamos governar: nós os vencedores das eleições estamos concentrados em governar, os derrotados das eleições estão concentrados em geringonçar", criticou.

Luís Montenegro acusou os que perderam as eleições de manterem "uma postura de altivez e arrogância". "Enquanto os que ganharam estão a governar, como é suposto, os que perderam, em vez de se constituírem como oposição construtiva, estão apostados em geringonçar uns com os outros. Às vezes até com o próprio espelho: espelho, espelho meu, quem é capaz de geringonçar melhor do que eu", ironizou.

O primeiro-ministro fez ainda um balanço dos primeiros 40 dias de governação e assegurou que "esta dinâmica está para durar" e não está relacionada com a proximidade das europeias de 9 de junho. "Se alguém pensa que estamos tão dinâmicos porque há eleições dia 9, desenganem-se: dia 10, dia 11, estaremos com a mesma dinâmica, a mesma vontade de transformar", assegurou.

Como exemplo, anunciou que o Governo irá apresentar já esta semana o programa de emergência para a saúde, um compromisso que estava assumido para os primeiros 60 dias da governação.

Montenegro aproveitou a sua primeira participação na campanha das europeias para elogiar as qualidades do cabeça de lista da AD às europeias, Sebastião Bugalho. "Eu nunca tive dúvidas, mas a escolha do cabeça de lista está hoje mais do que assumida por todos: é preparado, competente, mas também empático", elogiou, dizendo que Sebastião Bugalho se "identifica com o ciclo" que a AD quis trazer à política, de atrair para os partidos políticos pessoas que não têm partido.

Ainda assim, o líder do PSD deixou uma espécie de convite a Sebastião Bugalho: "Ele é independente, logo vamos ver por quanto tempo". "Não quero com isto significar que dentro do PSD, CDS-PP ou PPM não haja muito bons quadros políticos, mas temos de nos abrir", disse.

O primeiro-ministro aproveitou ainda para fazer um apelo ao voto nas europeias, relembrando que, no dia 09, se pode votar em qualquer mesa do país ou antecipadamente, já no próximo domingo, como o próprio irá fazer. "Votem, participem, estas eleições são importantes, cada vez é mais relevante o que se decide nas eleições europeias para a nossa vida quotidiana", apelou.

Na véspera de receber em Portugal o Presidente da Ucrânia, Montenegro não se referiu diretamente a esse encontro com Volodymyr Zelensky, mas ao significado da defesa deste país contra a agressão russa.

"A guerra da Ucrânia significa a defesa das pessoas, dos direitos humanos, dos direitos políticos, do respeito pelo direito internacional, é também uma forma de salvaguardar a democracia", apontou, assegurando que o Governo que lidera - tal como, reconheceu, o anterior executivo do PS - irá manter o respeito por esses valores da liberdade.
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