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João Loureiro: Proposta de Cavaco "é de todo o interesse do país"

O economista João Loureiro considera que a solução de "compromisso de salvação nacional" apresentada pelo Presidente da República "é de todo o interesse do país" porque garante que, independentemente do partido do Governo, são seguidas políticas de sustentabilidade e disciplina.

10 de Julho de 2013 às 22:38
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"A solução que o Presidente da República propõe é uma solução de todo o interesse do país. Da mesma forma que estes três partidos [PSD, CDS e PS] se puseram de acordo relativamente ao primeiro memorando de entendimento, acho que, relativamente a um conjunto de compromissos gerais, esse compromisso deveria ser reavivado", afirmou João Loureiro, em declarações à agência Lusa.

 

A justificação do académico é que, desta forma, seria possível que, "independentemente de quem seja governo, o país irá prosseguir políticas de sustentabilidade da dívida pública e de disciplina orçamental".

 

O economista começou por explicar qual a sua interpretação do discurso de hoje do Presidente da República, afirmando que Cavaco Silva "considera que é importante, independentemente da manutenção do Governo actual em funções com alguns ajustamentos, haver um compromisso por parte dos partidos que assinaram o memorando, no sentido de se porem de acordo acerca de um conjunto de medidas que garantam que o país sai desta situação a prazo".

 

Para o economista, o Presidente da República "não se focou na preocupação imediatista" e "teve uma preocupação que faz todo o sentido, que é saber o que vai acontecer no tempo". "Uma solução no imediato pode não ser uma solução definitiva", argumentou João Loureiro.

 

Questionado sobre as implicações desta decisão na oitava avaliação regular da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), que começa já na segunda-feira, o académico diz que o exame dos credores internacionais a Portugal não está em causa.

 

"A avaliação não se faz em dois dias e, conforme disse o Presidente, não é muito difícil chegar-se a um entendimento acerca de princípios básicos. Imagino que o Presidente vai impor limites temporais para que os partidos se pronunciem e este não é um processo que vai demorar muito tempo. Não me parece que isso possa pôr em causa a avaliação da 'troika'", defendeu.

 

No entanto, para João Loureiro, a falta de um entendimento entre os três maiores partidos - PSD, CDS e PS - "pode condicionar uma solução política no curto prazo".

O Presidente da República propôs hoje, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de Junho de 2014. Cavaco Silva considerou também "extremamente negativo para o interesse nacional" a realização imediata de eleições legislativas antecipadas.

 

A declaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 2 de Julho. Antes, tinha sido Vítor Gaspar a pedir a demissão do cargo de ministro das Finanças. 

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