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Iniciativa Liberal quer taxa única de IRS de 15% para rendimentos acima de 650 euros
Se garantir representação parlamentar nas legislativas de outubro, o partido Iniciativa Liberal irá propor que aos rendimentos superiores a 650 euros mensais seja aplicada uma taxa única de IRS de 15%.
A Iniciativa Liberal já olha para a campanha das próximas legislativas e começa a revelar medidas que irá integrar no seu programa eleitoral. Esta segunda-feira, 8 de julho, o partido liderado por Carlos Guimarães Pinto revelou que se eleger deputados nas eleições de 6 de outubro irá apresentar uma proposta para a criação de uma taxa única de IRS de 15% para os rendimentos mensais superiores a 650 euros.
Numa nota enviada às redações, o partido acrescenta que o "nível de isenção aumentaria 200 euros por cada filho ou 400 euros por filho para famílias monoparentais". O IL explica que o objetivo desta medida passa por "garantir que os melhores talentos ficam no país e facilitar aumentos salariais por parte das empresas".
"Com o argumento da progressividade, o que o atual sistema tem feito é impossibilitar as empresas de subir o salário líquido dos trabalhadores, impedindo assim a retenção dos melhores talentos no país e o crescimento da economia. Chegou a hora de mudar isso", sustenta Carlos Guimarães Pinto.
O IL salienta que este tipo de taxas únicas sobre rendimentos pessoais já foram experimentadas noutros países europeus, cujas economias têm "crescido a níveis mais elevados do que a economia portuguesa nos últimos 20 anos". No âmbito das mexidas no IRS, o IL quer ainda "eliminar boa parte das deduções e burocracias relacionadas com o preenchimento da declaração de IRS, sendo um exemplo da aposta na simplificação fiscal e desburocratização" que o partido defende.
Depois de se ter estreado em eleições nacionais nas europeias do passado mês de maio, com o economista Ricardo Arroja como cabeça de lista, o Iniciativa Liberal espera agora assegurar representação na Assembleia da República. Já na campanha para as europeias o IL apostou muito numa narrativa ligada à necessidade de baixar a carga fiscal em Portugal.
Em entrevista concedida ao Negócios antes das europeias, o então candidato Ricardo Arroja mostrou-se contra a ideia da harmonização fiscal, um tema debatido sobretudo ao nível europeu e que o economista considera ser o "melhor caminho para aumentar impostos".