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Governo recuperou "normalidade" em 100 dias, diz António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na sexta-feira que, ao fim dos primeiros 100 dias do novo Governo, o país voltou a ter "normalidade", algo de que tinha "saudades".

Bruno Simão/Negócios
05 de Março de 2016 às 00:38
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"Ao fim destes 100 dias, o que as pessoas começam a realizar é que finalmente começamos a ter algo de que já tínhamos saudades, é a saudade de viver em normalidade, sem viver no sobressalto permanente", afirmou o governante.

 

E acrescentou: "Os reformados podem acordar e saber que no dia a seguir ninguém lhes vai cortar a pensão e, pelo contrário, foi reposta a pensão a que tinham direito. Que as pessoas que vivem do seu trabalho não vão ter novos impostos nem vai aumentar o IRS nem vai haver novos cortes salariais. Vão poder viver em normalidade o seu dia-a-dia".

 

O também secretário-geral do PS, que falava durante a sessão de apresentação do livro de fim de mandato do líder da distrital do PS/Porto, José Luís Carneiro, salientou também que nos últimos 100 dias o governo conseguiu restabelecer "a normalidade do relacionamento institucional em Portugal".

 

Ainda em jeito de balanço dos primeiros 100 dias de governação, Costa disse estar com "toda a confiança, vontade, energia e garras para fazer destes 100 dias os primeiros de quatro anos de governo que vai cumprir o que prometeu aos portugueses".

 

"Olhando para estes 100 dias, eu diria que aquilo que maior satisfação me dá são as sucessivas desilusões que os nossos adversários vão tendo na expectativa de que 'amanhã é que isto não vai resultar", gracejou o governante segundo o qual "há uma razão fundamental pela qual este governo tem resultado".

 

"É que este governo assenta num princípio fundamental que é cumprir os compromissos", realçou o primeiro-ministro, que aproveitou para lembrar medidas como a redução do IVA na restauração, a reposição das 35 horas de trabalho semanais, o aumento do salário mínimo nacional e a reposição dos salários na função pública.

 

António Costa assinalou ainda que "todos os dias a maioria demonstra que é capaz de resistir e que está de boa saúde", lembrando que "a quiseram diminuir chamando-lhe geringonça, mas até tiveram azar" porque "uma geringonça é uma coisa engenhosa".

 

E em antecipação à próxima semana, altura em que Marcelo Rebelo de Sousa toma posse como novo presidente da República, o primeiro-ministro avisou: "podem ficar já serenos". "Não vale a pena quererem perturbar desde já as relações porque se foram boas as relações com o actual Presidente da República, continuarão a ser boas as relações com o próximo", prometeu, explicando que "não é por nenhuma razão especial, é simplesmente porque o Governo cumpre estritamente aquilo que deve cumprir".

 

Numa crítica ao anterior executivo, António Costa fez questão de dizer ter ficado "claro" ao fim dos 100 dias que "a saída limpa saiu muito cara a Portugal, aos portugueses e continuará a sair muito cara por muitos e bons anos, tal foi a forma como o governo anterior escondeu e adiou a resolução de problemas fundamentais no sector financeiro".

 

Quanto ao programa de governo, que "não são só as medidas de emergência para o relançamento da economia", salientou as "reformas estruturais que são necessárias fazer", nomeadamente a da descentralização que começou com a devolução às áreas metropolitanas e às autarquias locais a gestão do seu sistema de transportes.

 

"Nas próximas eleições autárquicas elegeremos não só a junta freguesia ou a câmara municipal (...) elegeremos também o presidente da Área Metropolitana [do Porto e Lisboa] que tem de passar a ser eleito pelos cidadãos", explicou, revelando ainda que as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a partir de 2017, passarão a ter os seus dirigentes eleitos pelos autarcas da região.


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