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Governo: BE aponta "profunda instabilidade" e falta de clareza sobre promessas eleitorais

O BE considerou hoje que o discurso de posse do novo primeiro-ministro "foi uma constatação da profunda instabilidade" do Governo e criticou a "falta de clareza" de Luís Montenegro sobre o cumprimento das promessas eleitorais feitas.

Manuel Fernando Araújo
02 de Abril de 2024 às 23:04
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Em declarações aos jornalistas após o discurso de Luís Montenegro na posse do Governo, a deputada e dirigente do BE Marisa Matias considerou que aquilo a que se assistiu foi "uma constatação da profunda instabilidade de um Governo".

"Aliás, um Governo que não conseguiu sequer garantir condições de estabilidade para o seu funcionamento, recuperando uma tradição péssima da direita de chamar às forças da oposição forças de bloqueio", criticou a deputada do BE, partido que não marcou presença na cerimónia que decorreu no Palácio da Ajuda.

No entanto, para a bloquista também "falta clareza em relação ao cumprimento das promessas eleitorais de Montenegro", que acusou de não deixar "claro o que é que vai fazer com elas".

"Nós cá estaremos para garantir que há um compromisso sério com os profissionais de saúde, da justiça, com os professores e com as forças de segurança e aqui lutaremos nesta casa para isso", prometeu.

Em relação ao desafio lançado pelo novo chefe do executivo para fixar uma agenda ambiciosa, eficaz e consensual de combate à corrupção, Marisa Matias mostrou disponibilidade para este debate, referindo que esta é uma "questão essencial para o Bloco de Esquerda".

"Mas entendemos que deve ser a sério e para ser levado a sério tem que ter três medidas pelo menos: desde logo, o combate ao enriquecimento injustificado, também a proibição de transferências para offshores e por último que a entidade da transparência possa efetivamente funcionar", adiantou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu hoje posse ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e aos ministros do XXIV Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, 23 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o chefe de Estado empossou o primeiro-ministro e depois os 17 ministros do executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP.

O XXIV Governo Constitucional ficará completo com a posse dos secretários de Estado, marcada para sexta-feira.
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