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Filipa Roseta sucede a Passos Coelho em Lisboa: “Apanhou muita tareia”
A vereadora da Câmara de Cascais mostra-se "muito animada" por suceder ao ex-primeiro-ministro Passos Coelho como cabeça de lista em Lisboa nas eleições legislativas, reforçando a ideia do presidente do PSD de que "é preciso "rotatividade" e "outras caras".
"Com ânimo, claro, satisfeita e com vontade de conseguir fazer melhor, tentar apanhar o máximo de pessoas possível, envolvê-las na campanha, combater a abstenção, mas, acima de tudo, chegar ao maior número de pessoas possível e, até outubro, tentar falar com toda a gente. Estou animada, muito animada", descreveu-se Filipa Roseta, cabeça de lista em Lisboa pelo PSD nas eleições legislativas, em declarações à agência Lusa.
Filha do ex-deputado e antigo ministro da Cultura de Durão Barroso, Pedro Roseta, e da ainda deputada pelo PS Helena Roseta, que foi igualmente parlamentar pelos sociais-democratas logo após o 25 de Abril, a também arquiteta e professora universitária de 46 anos revelou que foi em 2012 que se tornou militante do PSD, precisamente em apoio a Passos Coelho.
"Tenho imensa consideração e respeito por Passos Coelho, portanto é uma honra suceder-lhe. Apanhou muita tareia numa altura muito difícil da economia mundial. Esteve à frente do país numa altura muito difícil. Obviamente é uma honra e é um peso, mas a pessoa tem de andar para a frente. Acho que é um desafio que posso fazer, tenho capacidade para responder. Claro que pesa a responsabilidade, que é uma honra e vai ser difícil", afirmou.
Em relação à tradição familiar de desempenho de cargos políticos, Filipa Roseta assume-a, mas sublinha que "ser político é muito mais do que estar eleito".
"Sempre acompanhei os meus pais, desde que nasci. Claro que acompanhei esse trabalho e a dedicação que puseram ao serviço público, sempre foram um exemplo para mim. Mas acho que, para mim, ser político é participar ativamente na sociedade. Sempre fiz isso de várias maneiras e feitios, por atos de voluntariado, participação no Banco Alimentar... Ser político é muito mais do que estar eleito", disse.
Questionada sobre a origem e motivações do convite de Rui Rio para encabeçar a lista eleitoral de outubro pelo círculo da capital do país, a autarca de Cascais defendeu que "tem de haver uma certa rotatividade nos eleitos".
"Políticos somos todos, todos os cidadãos são políticos. Mas tem de haver outras caras, outras figuras. No fundo, também é chamar outras pessoas que tenham as carreiras estabilizadas e que tenham vontade de se dedicar ao país e ao serviço público. O país, neste momento, precisa de todos. O mundo está a atravessar alterações significativas e temos de ser realmente ativos a reagir e não podemos ficar encostados à espera. Temos mesmo de ser nós", justificou, confirmando ser esta a visão do líder social-democrata para a elaboração do rol de concorrentes às legislativas.
Além de Roseta em Lisboa, o presidente do PSD escolheu cabeças de lista inéditos para alguns dos maiores círculos do pais, com o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Hugo Carvalho, a avançar pelo Porto.
Fonte oficial do PSD confirmou à Lusa os seis cabeças de lista às eleições legislativas noticiados na edição de hoje do semanário Expresso e que incluem ainda a deputada e líder da JSD Margarida Balseiro Lopes por Leiria, a investigadora universitária Ana Miguel Santos (que tinha sido candidata a eurodeputado no 8.º lugar na lista do PSD) por Aveiro, o vogal da Comissão Política Nacional e vereador em Guimarães André Coelho Lima por Braga e a advogada Mónica Quintela, porta-voz para a Justiça do Conselho Estratégico Nacional (CEN), por Coimbra.
Segundo a mesma fonte, Rui Rio não encabeçará qualquer círculo, e deverá haverá mais anúncios de cabeças de lista - cuja escolha é uma prerrogativa do presidente do partido - nos próximos dias.
Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Leiria representam cerca de dois terços do eleitorado e o objetivo foi "promover uma rutura" e "abrir caminho a jovens e à sociedade civil", dando um sinal de que o partido quer fazer uma aproximação ao eleitorado.