Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Eanes: "Não penso voltar à política"

O ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, é esta segunda-feira, 25 de Novembro, homenageado em Lisboa. Mas vai já assumindo que não pensa regressar à vida política.

Correio da Manhã
Negócios 25 de Novembro de 2013 às 09:43
  • ...

O primeiro Presidente da República eleito no pós-25 de Abril, Ramalho Eanes, vai ser esta segunda-feira, 25 de Novembro, homenageado, tendo um grupo de cidadãos lançado, no âmbito desta homenagem, o Prémio António Ramalho Eanes.

 

O evento denominado "Testemunho Público ao Cidadão António Ramalho Eanes" vai, afinal, contar com a presença do ex-Presidente. Os promotores, num comunicado enviado às redacção, assumem que Ramalho Eanes "desde o início desta iniciativa recusava estar presente, mas muito pressionado acabou por aceder fazer uma curta intervenção, mas apenas depois do encerramento total da sessão. Com esta atitude o General, pretende demarcar-se da 'homenagem' e apenas manifestar inequivocamente a sua adesão aos objectivos do Prémio com o seu nome, que são o de apontar às novas gerações a importância dos valores morais e cívicos postos ao serviço da sociedade".

 

Apesar desta demarcação à homenagem, Ramalho Eanes afasta que se trate de uma rampa de lançamento para futura acção política. Ao jornal "Público" até argumenta com a idade. E garante: "dali não vai sair uma pomba, nenhum coelho. É uma decisão definitiva, não penso voltar à política".

 

Reserva-se uma actuação cívica apenas. "A acção política deve ser deixada aos jovens". E numa frase que o "Público" diz ter sido proferida com humor, Eanes remata "os ex-Presidentes são atracções baratas".

 

Na semana passada, o também ex-Presidente da República, Mário Soares, organizou o Congresso das Esquerdas, pelo segundo ano, com o mote de defesa da Constituição e do Estado social.

 

Mas Ramalho Eanes não é um crítico tão severo do actual poder. Fala apenas da angústia que sente quando vê hoje os pais a prepararem os filhos para irem para fora do País.O autor da notícia do "Público" diz mesmo que estas foram as palavras mais duras que ao longo da conversa, que durou hora e meia, Ramalho Eanes proferiu.

 

Preocupa-se com os cortes no ensino, mas acredita que hoje há uma elite mais bem preparada. 

 

E sobre a política, volta a dizer que "o Presidente tem tido uma atitude proactiva nos apelos que faz à sociedade", no entanto, "os partidos políticos privilegiam o combate ideológico, esquecendo a necessidade de cooperação".

 

Não quer voltar à política, fala numa acção cívica, mas também deixa o desabafo: "tenho tentado fazer o que posso, mas não tenho sido ouvido. Que posso fazer? Tenho 78 anos, estou no fim da vida, tenho um presente que já não tem futuro. O que poderei fazer é alertar os portugueses, não posso fazer mais que isso".

Ver comentários
Saber mais Presidente da República Prémio António Ramalho Eanes António Ramalho Eanes Mário Soares
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio