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Denúncias ao currículo de Barreiras Duarte "devem" ser investigadas pelo Ministério Público

Vice-presidente da Ordem dos Advogados, Miguel Matias, diz que podem estar em causa os crimes de falsificação de documentos e usurpação de título.

Feliciano Barreiras Duarte, Secretário-geral do PSD
Negócios 11 de Março de 2018 às 15:46
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O vice-presidente da Ordem dos Advogados, Miguel Matias, considera que o Ministério Público "deve" investigar as denúncias que colocam em causa a veracidade do secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte, refere a Sábado.

O homem nomeado por Rui Rio incluía no seu currículo que era há anos visiting scholar (um professor de uma universidade que realiza investigação ou dá aulas noutra universidade por convite) da Universidade de Berkeley, na Califórnia, EUA. Mas, segundo o semanário Sol, a Universidade de Berkeley não tem qualquer registo em nome de Feliciano Barreiras Duarte. 

Ao Público, Miguel Matias explicou que podem estar em causa os crimes de falsificação de documentos e usurpação de título, devido ao uso de um documento falsificado. Além disso, acrescentou, caso o deputado tenha acedido a funções para as quais não estava habilitado, pode estar-se perante o crime de usurpação de funções.

O "vice" da OA explicou ainda que para o Ministério Público abrir uma investigação basta uma denúncia - que pode até ser uma notícia de um meio de comunicação - ou um pedido do próprio Barreiras Duarte.

Barreiras Duarte apresentou como prova uma carta escrita pela directora executiva do Programa de Estudos Portugueses da Universidade de Berkeley, Deolinda Adão, em que se atesta que Feliciano Barreiras Duarte "se encontra inscrito nesta universidade como estatuto de ‘visiting scholar, no âmbito do seu doutoramento em Ciência Política com a tese Políticas Públicas e Direito da Imigração."

Mas Deolinda Adão nega ter escrito a dita carta. "Essa é, de facto, a minha assinatura, mas o que aís está escrito nunca foi escrito por mim", disse. "A príncipio, ainda quis dar o benefício da dúvida porque recebemos muitos alunos há vários anos e poderia não ter memória deste. Mas assim não. Esse documento é forjado. Feliciano Barreiras Duarte nunca cá esteve, reforçou.

O secretário-geral do PSD disse não compreender a situação e assumiu que ia alterar o seu currículo. "A carta está lá como vinda dos Estados Unidos. Isso deixa-me estupefacto. Aquilo existiu, como existiu a troca de correspondência."



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