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Costa sobre o despacho que autorizou festejos do Sporting: "Desconheci"
O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que desconhecia o despacho que foi assinado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a autorizar os festejos na sequência da vitória do campeonato de futebol pelo Sporting.
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quarta-feira que desconhecia o despacho assinado pelo ministro da Administração Interna que autorizou os festejos do Sporting, pela vitória no campeonato nacional de futebol. O governante respondia a questões da deputada Cecília Meireles, do CDS, no debate do Estado da Nação, que decorre na Assembleia da República.
"Não, não conheci o despacho, não dei nenhuma instrução para o despacho", respondeu o primeiro-ministro à deputada centrista Cecília Meireles. Em causa está o despacho que autorizou os festejos do Sporting, que foram depois associados a um aumento de contágios por covid-19.
Também o presidente do Chega, André Ventura, pediu a demissão de Eduardo Cabrita, dizendo que essa é a vontade do país. "Todos pedem que este homem deixe de ser ministro da Administração Interna. Sei que lhe dá jeito. Foge como um para-raio". Na resposta, António Costa optou por criticar a falta de "adesão à realidade" do político da extrema-direita: "Nunca vi um para-raios a fugir".
Cabrita sob pressão
Eduardo Cabrita tem estado sob forte pressão, com a oposição a pedir a sua demissão. Cecília Meireles sublinhou que o CDS quis chamar o governante ao Parlamento para prestar esclarecimentos mas que esse pedido foi recusado com os votos dos socialistas e com a ajuda do PCP.
Havia também um pedido idêntico do PSD para que o ministro fosse ao Parlamento, mas os requerimentos foram chumbados em simultâneo esta terça-feira, com o voto contra do PS e a abstenção do PCP. Todos os restantes grupos parlamentares votaram favoravelmente.
Nos requerimentos, tanto os sociais-democratas como os centristas acusavam o ministro Eduardo Cabrita de fazer uma leitura incorreta do relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), desresponsabilizando-se agora pelos incidentes que resultaram do ajuntamento dos adeptos. Já o deputado Francisco Oliveira, do PS, defendeu que esta era "mais uma tentativa para confrontar o ministro com casos e casinhos". António Filipe, do PCP, disse que o pedido representava uma "banalização" da chamada de governantes ao Parlamento.
O ministro validou os festejos na véspera do jogo, apesar do parecer negativo que tinha sido dado pela PSP.
(Notícia atualizada com mais informação às 17:10)