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Costa reitera "toda a confiança" na ministra Ana Mendes Godinho

O primeiro-ministro exclui o afastamento de Ana Mendes Godinho e atesta manter "toda a confiança na senhora ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social".

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18 de Agosto de 2020 às 12:50
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António Costa não aceita ceder a "polémicas artificiais" e não vai deixar cair Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. "Não vale a pena pedirem a demissão de membros do Governo porque quando não tiver confiança nalgum membro do Governo, eu resolvo o problema. Agora, eu tenho toda a confiança na senhora ministra Ana Mendes Godinho e no trabalho excecional que tem vindo a fazer", e que "vai continuar a fazer", disse o primeiro-ministro no final de uma reunião na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

O líder do Governo reiterou a argumentação já apresentada pela ministra considerando que "não podemos confundir a árvore com a floresta" e que "não podemos criar uma situação de alarme que não se justifica", defendendo ter havido uma "preocupação presente desde o primeiro minuto" sobre o assunto e afiançando não ter existido "qualquer tipo de desvalorização", até pela consciência de que a "população idosa é particularmente vulnerável à covid-19".

"Felizmente o número de lares onde tivemos problemas e o número de pessoas que foi atingida é uma percentagem diminuta. Isto não é desvalorizar, mas não ha razões para alarme [nos lares]", frisou sublinhando a importância de não quebrar a confiança das famílias nas instituições que prestam este tipo de serviço. 

Costa sinaliza que "convém não esquecer que há mais de 2 mil lares no país, mais de 90 mil utentes nos lares e mais de 60 mil profissionais" para concluir que os casos de covid-19 atingem uma ínfima parte daqueles números e lembrar que também por isso o Executivo procedeu a uma testagem "muito intensa" nos lares, além de ter proibido visitas para reduzir os riscos de contágios. O também secretário-geral do PS promete continuar a trabalhar como até aqui com as IPSS, misericórdias e mutualidades.

No entender de António Costa, "numa fase de crise como esta que estamos a viver" é fundamental "não estarmos aqui a alimentar polémicas" e o próprio diz contribuir nesse sentido ao alargar o estômago para melhor digerir muitas coisas que tem ouvido e às quais se recusa, por ora, responder. "Engolirei em seco" e "farei a minha gestão", garantiu.

Além das críticas feitas pela oposição, em particular pelas forças mais à direita do Parlamento (PSD, CDS e Chega), o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu-se à admissão feita pela ministra de que não lera um determinado relatório sobre o caso do lar de Reguengos garantindo ter lido "vários relatórios" e defendendo ser "preciso lê-los todos". 

Relatórios "contraditórios"
O primeiro-ministro recordou ainda que a ministra Ana Mendes Godinho esteve sempre em cima do acontecimento e "instaurou um inquérito no dia 12 de julho" ao sucedido no lar de Reguengos de Monsaraz, e "no dia 16 de julho já estava a comunicar os resultados do inquérito ao Ministério Público para os efeitos próprios da investigação".

"Os relatórios feitos posteriormente não são uma novidade", são até "contraditórios", prosseguiu ainda em defesa da governante.
 
Pouco antes destas declarações, Ana Mendes Godinho tinha frisado que, "desde o início [da pandemia], os lares têm sido a prioridade total de todos nós"

Desde o fim de semana, CDS e Chega têm exigido a demissão da ministra e o comentador Marques Mendes identificou em Ana Mendes Godinho uma forte candidata à saída quando Costa proceder a uma remodelação governamental. 

O PSD, que já exigiu a presença de Mendes Godinho e de Marta Temido, ministra da Saúde, na Assembleia da República para que possam explicar qual a situação vivida nos lares, revelou esta manhã também
 querer "conhecer todos os relatórios sobre a situação do lar de Reguengos de Monsaraz".

(Notícia atualizada)
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