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Coligação PSD/CDS "acabou quando o Governo acabou", diz Passos Coelho
O presidente dos social-democratas, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quarta-feira que PSD e CDS-PP vão articular posições, coordenar acções e poderão ter entendimentos importantes no futuro, mesmo sem uma coligação de oposição.
Em declarações aos jornalistas, à saída de um encontro de Natal do grupo parlamentar social-democrata, na Assembleia da República, o ex-primeiro-ministro frisou que o acordo de coligação entre PSD e CDS-PP caiu com a queda do anterior executivo: "Não é preciso nenhum acto formal para lhe pôr termo. É assim. Acabou quando o Governo acabou".
Contudo, acrescentou: "Temos com o CDS uma boa relação, e isso reflectir-se-á, tenho a certeza, nos tempos mais próximos, porque teremos possibilidade de articular posições, de coordenar acções. Não precisamos de uma coligação de oposição para o fazer. Os partidos são diferentes, têm cada um deles o seu espaço natural, mas são afins, são próximos, tiveram entendimentos importantes para o país, e podem vir a ter entendimentos importantes para o país no futuro também".
Passos Coelho salientou também que PSD e CDS-PP "têm um passado de governo", que qualificou de "importante", e que os dois partidos "apresentaram em conjunto um programa eleitoral ao país, que foi até sufragado, foi o mais votado pelos portugueses" nas legislativas de 4 de Outubro.
Referindo-se à elaboração desse programa eleitoral, o ex-primeiro-ministro disse que "nenhum dos partidos teve de fazer concessões extraordinárias", concluindo: "Significa que há hoje, portanto, ao fim de todos estes anos, uma proximidade de pontos de vista. O CDS é, no que respeita ao PSD, um interlocutor privilegiado".
Passos Coelho realçou que o acordo de coligação entre PSD e CDS-PP terminou com o derrube do XX Governo Constitucional no parlamento, e considerou que as pessoas que não deram por isso "com certeza estarão distraídas".
"O PSD e o CDS-PP tinham um acordo de coligação de Governo, e o Governo foi derrubado no parlamento. Portanto, o acordo de coligação de Governo já não existe, naturalmente, acabou com o Governo. Não é preciso nenhum acto formal para lhe pôr termo", declarou.