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CIP: Subir salários? “Não se dá manual de instruções às empresas”

O presidente da CIP acusa o governo de fazer propaganda política ao pedir que se subam os salários em 20% até ao final da legislatura. António Saraiva diz que Costa não explica a forma de lá chegar.

Miguel Baltazar
05 de Junho de 2022 às 12:36
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O presidente da CIP acredita que o desafio do primeiro-ministro às empresas de subir a em 20% os salários até ao final da legislatura "é politicamente bonito, capta votos e capta simpatia", mas não passa de propaganda política. "Não dizemos como isso é feito", atira António Saraiva em resposta ao primeiro-ministro.

O primeiro-ministro apelou no sábado às empresas para que contribuam para um esforço coletivo de aumento dos salários dos portugueses, para que haja "maior justiça" e os salários médios em Portugal possam aumentar 20%.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) não esperou pela resposta e afirma que o Costa "não dá o manual de instruções às empresas e à economia em geral" de como atingir essa meta.

"Era necessário, para que as empresas saibam como podem fazê-lo, se o conseguirem, em cima dos custos de contexto que sobem, dos aumentos brutais das matérias-primas, dos brutais aumentos de energia que estamos a sofrer, da escassez de encomendas que estamos a sofrer", afirmou António Saraiva em entrevista à RTP.

O líder dos patrões afirmou que, mesmo no atual contexto de subida generalizada de encargos e de maiores dificuldades, "mesmo assim, as empresas têm vindo a aumentar gradualmente os salários".

Para António Saraiva, uma das formas para chegar a essa objetivo definido pelo Executivo passa pela fiscalidade sobre o trabalho. "É reduzindo a carga fiscal que se melhora o rendimento das famílias e se dá às empresas condições de sustentadamente melhorar os salários. Por isso temos defendido uma redução dos custos de contexto para que as empresas, como aliás estão a fazer, possam sustentadamente aumentar os salários", defendeu o presidente da CIP.

Saraiva deu mesmo um exemplo: "Um jovem que ganhe um determinado salário tem uma carga fiscal absurda, tem uma renda elevadíssima, tem condições de vida que não suporta, não é  pela melhoria dos salários que consegue fazer face ao custo de vida. Há aqui todo um conjunto de questões que, enquanto Governo, o primeiro-ministro também tem de por na equação".

O líder dos patrões deixou ainda farpas a Costa por defender subidas salariais no privado mas não dar o exemplo na Administração Pública. "Bem pregas tu Frei Tomás, porque um quadro técnico superior na Função Pública entra a ganhar 1500 euros e está 10 anos para progredir na carreira."

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