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Chega e IL vão usar debates potestativos para esclarecer compra de ações dos CTT

Os dois partidos anunciaram esta tarde que vão recorrer aos debates potestativos agendados para 10 e 11 de janeiro para discutir a compra das ações dos CTT por parte da Parpública.

Partidos tinham até esta terça-feira à noite para entregar no Parlamento as suas propostas de alteração ao Orçamento do próximo ano.
João Cortesão
03 de Janeiro de 2024 às 15:49
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A Iniciativa Liberal e o Chega anunciaram esta quarta-feira, no Parlamento, que vão usar os debates potestativos agendados para os dias 10 e 11 de janeiro para questionar o Executivo sobre a compra de ações dos CTT por parte da Parpública. André Ventura fala de "interferência" de Pedro Nuno Santos, Rui Rocha quer perceber se ação teve finalidade estratégica ou política.

Questionado sobre o caso, o líder do Chega, André Ventura, aproveitou para anunciar que o debate potestativo agendado pelo partido para o dia 10 de janeiro, que estava ainda sem tema definido, será sobre a "intervenção do Governo e do Estado português nos CTT e noutras empresas públicas". 

"O debate já estava marcado, mas decidimos agendar o tema quando percebemos que teria havido, ou há pelo menos indícios fortes, de que houve uma atuação política premeditada e articulada, pelo menos entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, como moeda de troca do Orçamento do Estado para comprar ações dos CTT", afirmou o líder do Chega.

Tal como Hugo Soares fez esta manhã, André Ventura sublinhou as alegadas perdas do Estado neste investimento: "hoje sabemos o que é que essa compra gerou e saberemos o que o Estado perdeu e o que os contribuintes perderam nesse negócio".

"É importante compreender se houve interferência política por parte do PS, na altura cujo ministro das Comunicações, quem tinha a pasta das Comunicações, era Pedro Nuno Santos, e é importante que ele dê uma explicação sobre isso. É importante perceber se o Bloco de Esquerda, na altura liderado por Catarina Martins, teve ou não influência na chantagem sobre o Governo para a compra de ações através da Parpública dos CTT como moeda de troca do orçamento", acrescentou.

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, anunciou, minutos antes de André Ventura, que o partido irá reservar o debate de dia 11 para discutir a gestão do setor empresarial do Estado onde a recente polémica não será ignorada. "Teremos oportunidade, se não houver esclarecimentos antes, de confrontar o Governo com a questão da Parpública e da aquisição de ações do CTT, com a questão da EFACEC, com a questão da TAP", afirmou.

"Obviamente havia a possibilidade de chamar ao Parlamento as pessoas envolvidas, mas estamos num momento de pré-dissolução e, portanto, o instrumento mais eficaz que temos neste momento, ao nível parlamentar, é precisamente este debate que já estava marcado e para o qual nós definimos este conteúdo e este tema", acrescentou Rui Rocha.

Para os liberais importa esclarecer o caso antes das eleições e não exclui a hipótese de vir a ser constituída um comissão de inquérito para apurar os factos, caso se prove que houve interferência política.

"Não ponho de parte essa possibilidade de uma comissão de inquérito se provar que houve aqui uma interferência política, mas eu acho que, mais uma vez, como noutros casos, seria muito importante que os portugueses chegassem a 10 de março esclarecidos sobre o que é que aconteceu", frisou.
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