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Carlos Encarnação defende "congresso extraordinário no PSD"

O ex-dirigente social-democrata defende, em entrevista à Antena 1, que Passos se auto-questione: "Estou a ser útil". E lembra que as soluções do partido podem ser boas, mas não têm apoio popular que garantam uma maioria ao PSD.

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22 de Dezembro de 2016 às 11:54
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Carlos Encarnação, antigo dirigente do PSD, considera que o partido deve ter um congresso extraordinário. O antigo presidente da câmara municipal de Coimbra defende que Passos Coelho deve pensar se está a ser útil e que as soluções do partido devem provocar menos divisões na sociedade.

As declarações de Carlos Encarnação foram feitas em entrevista à Antena 1. O antigo dirigente social-democrata recomenda que o líder social-democrata se auto questione: "Estou a ser útil?" e avança com a sugestão para que Passos reúna os órgãos do partido e que, porventura, decida um "congresso extraordinário".

O próximo congresso do PSD está marcada para Fevereiro de 2018, ou seja, depois das autárquicas, mas o partido tem vivido momentos de inquietação quanto à estratégia do líder, perante a descida nas sondagens e a subida do PS (que nalguns já dispensaria o apoio dos seus parceiros para formar Governo).

Carlos Encarnação rejeita a ideia de Passos Coelho ser o candidato do PSD à câmara de Lisboa. "Só por maldade" é que o nome do líder é ventilado para preencher esse lugar, admite o ex-secretário de Estado da Administração Interna, acrescentado que Passos poderia ter "um mau resultado".

Quanto à estratégia actual do PSD, Encarnação defende, na mesma entrevista à Antena 1, que "o PSD está a dizer o mesmo para os mesmos há muito tempo, com o problema de os mesmos serem cada vez menos".

"O PSD já percebeu que enquanto continuar a dizer o que está a dizer, da maneira como diz, muito dificilmente, para não dizer nunca, terá apoio popular que lhe dê apoio de uma maioria", admite Encarnação, que faz parte do grupo de reflexão do partido "Portugal não pode esperar".

"As soluções poderiam ser óptimas, mas talvez seja bom tentar ensaiar outras que não sejam tão boas, mas que sejam mais aproximadas, que consigam fazer com que as pessoas não estejam divididas dentro da sociedade."

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