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Boaventura sugere dissolução do Livre. Tavares não recusa
O partido não recolheu o mínimo de 50 mil votos, pelo que lançou um peditório para pagar as dívidas da campanha.
O sociólogo Boaventura de Sousa Santos, mandatário do Livre/Tempo de Avançar em Coimbra, defende que o jovem partido "provavelmente devia dissolver-se" para se "articular com o Bloco de Esquerda" que tem, por seu turno, "espaço para conversa" com o Partido Socialista.
Em declarações também à TSF, o líder do partido, Rui Tavares (na foto), não refuta esse desfecho: "Quem quiser colocar a questão da continuidade, colocará a questão da continuidade." Sobre as possíveis conversas com o Bloco, o líder do Livre diz que "a disponibilidade para dialogar está sempre em cima da mesa".
Entretanto, o Movimento Livre/Tempo de Avançar lançou uma campanha de angariação de fundos para fazer face às despesas feitas durante a campanha eleitoral para as legislativas. "O que estamos a fazer é a pagar as contas nos prazos convencionados e, para pagar as contas, precisamos de donativos de membros, apoiantes, subscritores e das pessoas que acreditem nas nossas ideias e que achem que temos um papel relevante e importante que deve ser apoiado para nos ajudarem a ter as contas em dia e a saldar as nossas despesas", afirmou Rui Tavares à Lusa.
Apoiado pelo humorista Ricardo Araújo Pereira, pelos músicos J.P. Simões e Carlão, pelo psiquiatra Júlio Machado Vaz e pelo escritor Jacinto Lucas Pires, o Livre/Tempo de Avançar não recebeu qualquer subvenção estatal por não ter conseguido eleger nenhum representante para o parlamento nas legislativas de domingo, nem vai ter direito à subvenção anual pública para financiamento dos partidos políticos por não ter conseguido o mínimo de 50 mil votos.
"Metade dos gastos estão pagos e a outra metade falta pagar, mas contamos com um donativo de 20 euros por parte dos nossos subscritores para conseguirmos a breve trecho pagar o que temos a pagar", declarou. Questionado pela Lusa sobre a despesa que falta pagar, Rui Tavares não soube precisar, mas referiu que poderá rondar os 120 mil euros. No seu Facebook, Tavares precisa que "faremos a informação atempada dos montantes a saldar e alertaremos quando tivermos atingido os montantes necessários" e esclarece que "não aceitaremos donativos de empresas ou pessoas colectivas".