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Bloco: no PSD "o bom senso não mora há muito"

Catarina Martins considerou este domingo que Pedro Passos Coelho "é o passado" e ao "premiar" a ex-ministra das Finanças mostra que no PSD "o bom senso não mora há muito".

A porta-voz do Bloco de Esquerda foi a Belém dizer que o Presidente da República deve indigitar o mais rápido possível António Costa .
Miguel Baltazar/Negócios
03 de Abril de 2016 às 19:09
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"Pedro Passos Coelho é o passado, só olha para o passado e nós bem sabemos que quem só olha para trás não pode fazer nenhum caminho para a frente", disse a líder bloquista discursando no encerramento da VI convenção regional do BE-Madeira.

 

Reagindo ao discurso do líder do PSD no 36.º congresso nacional dos sociais-democratas que decorreu em Espinho, a líder bloquista considerou que o anúncio de que a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque,  "acaba de ser premiada com o mais cargo na direcção do partido, não surpreende sobre Pedro Passos Coelho" e  mostra que "no PSD o bom senso não mora há muito".

 

"Aquilo que fica do discurso, hoje [domingo, 3 de Abril], de Pedro Passos Coelho é que entre a Constituição da República Portuguesa que agora faz 40 anos (...) e os especuladores financeiros, Pedro Passos Coelho diz que escolhe os especuladores", sublinhou Catarina Martins.

 

A dirigente do BE acrescentou que Pedro Passos Coelho "vai mesmo mais longe, diz que se a Europa manda escolher os especuladores financeiros à Constituição, então Portugal terá de escolher os especuladores".

 

"Defender o país, reestruturar a dívida em nome da nossa economia, criar emprego que é aquilo que o país mais precisa, nada disso interessa ao PSD", argumentou.

 

Catarina Martins defendeu que, para o BE, o "caminho é bem diferente, é aprofundar a recuperação de rendimentos de quem vive do trabalho - salários e pensões -, é aprofundar a democracia e a capacidade de decidir com a soberania o que fazer com os recursos, reestruturar a dívida, poder investir, criar emprego".

 

"No momento em que Portugal discute as reformas que o país há-de fazer, em que se debatem as reformas que a Europa exige, o BE quer falar das mudanças que o país precisa", sustentou, reportando-se ao programa de estabilidade que começa a ser negociado na próxima semana com o PS.

 

Segundo Catarina Martins, é preciso "continuar a aprofundar o caminho que foi feito, que é ainda tímido demais para o tanto que o país precisa", defendendo a necessidade de "tirar a 'troika' das relações laborais, reconstruindo a contratação colectiva, combatendo a precariedade".

 

"Precisamos seguramente de investimento e de emprego, porque não tenhamos ilusões, um programa de estabilidade que não preveja a criação líquida de emprego em Portugal não serve ao BE, porque não serve ao país", vincou.

 

A líder bloquista realçou ser "precisa coragem de fazer as transformações na economia que a direita não quer, que a Europa não quer deixar, mas que um Governo que queira defender o país não pode deixar de fazer".


Concluiu que para o BE "não chegam os bons resultados eleitorais" obtidos, enunciando as diferentes "lutas que podem transformar o país".

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